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  Especial Síndrome de Down
Faixa-preta de judô derruba preconceitos

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Quando Breno Viola conquistou sua faixa-preta de judô, no final de 2002, a cerimônia de entrega mereceu até cobertura televisiva. Isso porque Breno, até onde se sabe, se tornou o primeiro judoca com Down a alcançar o nível máximo, no Brasil.

"E tem gente que continua me parando na rua, pedindo autógrafo e isso é emocionante para mim", diz um envaidecido Breno. "Até hoje, não tenho palavras para falar sobre esta faixa preta".

Atleta do Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro, Breno Viola, 23 anos, vem de uma família de judocas e, tendo seu irmão como ídolo, desde pequeno sonhava em ser faixa preta como ele.

O presidente da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro e coordenador da seleções brasileira e do Flamengo, Ney Wilson Pereira da Silva, é rápido na hora de dizer que Breno conseguiu a faixa preta por seus próprios méritos, prestando todos os exames como qualquer atleta.

Ney Wilson diz ainda que a convivência com Breno é "um aprendizado" e explica por que. "A primeira grande qualidade dele é a afetividade, o carinho que aflora a todo instante e que o diferencia bastante das outras pessoas. Breno sabe também encarar suas dificuldades. Além de fazer judô, ele faz vela e natação, é um desportista, isso para nós é um exemplo de vida".

Ney Wilson explica também que, fisicamente, Breno, como a maioria dos que nascem com a trissomia 21, tem limitações motoras que podem dificultar inicialmente a prática do judô. A síndrome, por outro lado, oferece facilidades na hora de fazer este esporte pois quem nasce com Down tende a ser mais alongado e flexível.

A torcida por Breno começou desde cedo e em casa, como explica a mãe do judoca, Suely Viola. "Eu trabalhei muito a auto-estima dele, conversei com os irmãos e disse que o Breno tinha que se sentir muito seguro, tranqüilo, amado e protegido. O Breno foi educado sem pena e com rigor", diz Suely.

E é nesta relação de igual para igual que Breno treina no Flamengo, ao lado de judocas como Sebastian Pereira, titular da seleção brasileira de judô.

"O Breno é uma pessoa especial, iluminada, amiga e esforçada. Com muita raça, ele soube passar por cima de seus problemas e triunfou com a sua belíssima faixa preta. Ele é um grande estímulo para nós", diz Sebastian.

Breno Viola é uma figura popular no Flamengo onde é cumprimentado por onde passa mas os olhares de soslaios muitas vezes acompanharam a passagem dele: "Tem umas pessoas que tem discriminação, preconceito... Mas, se um dia você for lá na minha natação, você vai ver pessoas sem braço, sem perna...E eu, graças a Deus, tenho dois braços e duas pernas", diz Breno.

O judoca faixa-preta garante que jamais pensou em desistir no meio de sua saga para conquistar o título máximo em seu esporte.

"Eu nunca tive isso na minha cabeça, se eu sou bom de judô, sou bom de judô", e continua: "As crianças deviam se mirar no meu exemplo. Vem fazer esporte, sai da rua. Basta acreditar no seu sonho que você consegue", avisa Breno.

Lais Mendes Pimentel / BBC Brasil

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