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EUA, 2007: relembre o início da guerra Alonso x Hamilton

GP dos Estados Unidos marcou o início da batalha direta entre os dois pilotos da McLaren nas pistas

17 jun 2021 - 19h40
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Clima entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso esquentou durante o final de semana em Indianapolis.
Clima entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso esquentou durante o final de semana em Indianapolis.
Foto: McLaren F1 / Twitter

Após conquistar sua primeira vitória na Fórmula 1, no GP do Canadá, Lewis Hamilton chegou aos Estados Unidos em primeiro lugar no campeonato, com 48 pontos, contra 40 de Alonso, 33 de Felipe Massa (Ferrari) e 27 de Kimi Raikkonen (Ferrari). Fernando Alonso causou polêmica antes do GP, quando declarou a uma rádio espanhola que “desde o primeiro momento, eu não estava completamente confortável. Estou numa equipe inglesa, com um companheiro inglês, que está a jogar de uma forma brilhante”, que não pegou nada bem dentro da equipe.

O espanhol precisava se recuperar, e o GP dos Estados Unidos representava uma grande chance. Mas o novato Lewis Hamilton estava cheio de confiança, e prometia dar trabalho. Alonso liderou todos os treinos livres, e no terceiro, um estreante conseguiu o segundo melhor tempo: Sebastian Vettel, da BMW Sauber, substituto de Robert Kubica, que tinha sofrido um grave acidente no Canadá.

A qualificação no sábado mostrou que Fernando Alonso continuava dominante, ao menos nas duas primeiras fases do treino. Na época, existia reabastecimento e os pilotos que iam para o Q3 tinham de usar no início a mesma quantidade de combustível que iriam usar na corrida. A estratégia de Alonso foi largar uma volta mais pesado que o seu companheiro.

No Q3, Alonso e Hamilton brigaram pela pole e a McLaren parecia isolada na frente. Na primeira passagem, Hamilton fez 1min13s089 contra 1min13s670 de Alonso. Na segunda passagem, Alonso baixou para 1min12s500 e Hamilton respondeu com 1min12s385. Na terceira passagem, Alonso errou, não conseguiu baixar seu tempo, fazendo 1min12s600 e Hamilton fechou baixando o tempo da pole para 1min12s331. Eles foram seguidos por Massa, Raikkonen, Heidfeld (BMW Sauber), Kovalainen (Renault), Vettel, Trulli (Toyota), Webber (Red Bull) e Fisichella (Renault).

Na largada houve poucas trocas de posições.
Na largada houve poucas trocas de posições.
Foto: McLaren F1 / Twitter

Na época, existiam apenas dois pneus para escolha: macio e duro. Os pilotos da frente escolheram largar de macios, com exceção de Raikkonen. Quando as luzes apagaram, Alonso atacou Hamilton, que se defendeu bem fechando a porta. Massa manteve o terceiro lugar e Raikkonen perdeu posições para Heidfeld e Kovalainen. O estreante Vettel foi para a grama na primeira curva, caindo para 11° lugar.

Na frente, Hamilton, mais leve, se distanciou de Alonso e na volta 20 a diferença era de 3s978. Foi nessa volta que Lewis entrou nos boxes, colocando 8s8 de combustível. Massa também parou nessa volta. Fernando Alonso veio na volta seguinte, colocando 7s5 de combustível.  A tática do Espanhol era ir mais leve e tentar passar Lewis. Raikkonen parou duas voltas depois e conseguiu ultrapassar os dois pilotos que ele tinha perdido a posição na largada. Os quatro voltaram com pneus macios.

A estratégia de Alonso estava dando certo e ele se aproximava de Lewis. Na volta 37, Hamilton se complicou, ultrapassando o tráfego de retardatários e o espanhol  partiu para a tentativa de superá-lo. Hamilton deixou o lado de fora para o espanhol, que não conseguiu completar a manobra.

Lewis Hamilton comemorando sua vitória.
Lewis Hamilton comemorando sua vitória.
Foto: McLaren F1 / Twitter

A defesa do britânico foi limpa, mas Fernando Alonso não gostou e na volta seguinte passou rente ao muro dos boxes, fazendo sinais e reclamando da atitude de seu companheiro de equipe. Alonso não teria mais chances naquela prova. Na disputa pela terceira posição, Raikkonen se aproximava de Massa, depois da última janela de paradas, Kimi tinha a vantagem dos pneus, mas não conseguiu ultrapassar.

Após 73 voltas, Lewis Hamilton cruzou a linha em primeiro, com Alonso 1s516 atrás. Massa completou o pódio. No oitavo lugar veio Sebastian Vettel. Na época apenas os oitos primeiros pontuavam e o alemão se tornou o piloto mais jovem a conquistar o feito, com 19 anos, 11 meses e 14 dias. Esse recorde foi quebrado por Kvyat no GP da Austrália de 2014 e posteriormente por Max Verstappen no GP da Malásia de 2015.

Quando subiu ao pódio, Alonso não demonstrou uma insatisfação clara, estava com um “sorriso amarelo”, mas participou da cerimônia normalmente. Para receber o troféu pela equipe, estava  Dieter Zetsche, CEO da Daimler, controladora da Mercedes-Benz, que na época era parceira da equipe e investia na McLaren.

Na entrevista após a corrida, Alonso não quis atacar o companheiro de equipe e nem a McLaren, dizendo que a manobra de Lewis foi legal, que era a única chance dele ultrapassar e que vendo que não ia conseguir, já começou a pensar no GP da França, que era a próxima etapa do campeonato.

Lewis Hamilton e Fernando Alonso no pódio.
Lewis Hamilton e Fernando Alonso no pódio.
Foto: McLaren F1 / Twitter

Também na semana do GP dos Estados Unidos veio a público que a Ferrari tinha demitido Nigel Stepney, que chegou a ocupar o cargo de engenheiro de corridas do time e que tinha se transferido para a fábrica. A equipe italiana tinha encontrado indícios de sabotagem vinda do próprio, um pó branco encontrado nos tanques de seus carros e nos bolsos de Stepney. Quando a polícia foi investigar o caso e invadiu a casa de Nigel, encontrou o mesmo pó branco e mais documentos e materiais sobre a Ferrari daquele ano. Ali estava começando um gigantesco escândalo que marcaria aquele ano, mas isso é assunto para outro dia.

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