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Aqui estão as primeiras fotos do carro da F1 para 2022

Após muitas projeções, surgiram, enfim, as primeiras imagens do carro da F1 para a próxima temporada

22 jun 2021 - 11h08
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Mais simples, esguio e curto, assim deverá ser o carro da F1 a partir da temporada 2022.
Mais simples, esguio e curto, assim deverá ser o carro da F1 a partir da temporada 2022.
Foto: LiveGP.it / Reprodução

Se foi um vazamento acidental ou não, agora pouco importa. Na segunda-feira, 21, o site italiano livegp.it publicou as fotos do provável primeiro exemplar do F1 para 2022, de acordo com o novo regulamento.

Segundo as informações publicadas pelo site, o modelo foi criado pela The Memento Group, empresa responsável pela venda de memorabilia da categoria, para ser exibido em Silverstone, no fim de semana do GP da Grã-Bretanha, dentro de um evento de apresentação da próxima temporada para o público.

A F1 já havia exibido um modelo em escala, usado em testes de túnel de vento, para mostrar o que se buscava para o futuro. A premissa principal foi reduzir a turbulência criada pelos carros, de maneira a permitir que eles andem mais juntos, permitindo maior número de ultrapassagens. Desta forma, a aerodinâmica foi simplificada, com a redução de aletas e de elementos de asas nos aerofólios.

A projeção apresentada pela FIA em 2019 foi seguida à risca.
A projeção apresentada pela FIA em 2019 foi seguida à risca.
Foto: Formula 1 / Divulgação

Tais mudanças foram questionadas pelas equipes e a preocupação de todos durante as discussões era de que o novo pacote de regras deixasse o trabalho dos técnicos cada vez mais limitado. Muitos até chegaram a comparar a iniciativa da FIA e da F1 com a criação de uma GP1: a prescrição de várias peças e pouquíssimo espaço para liberdade.

Ross Brawn e Pat Symmonds, dois veteranos da área técnica, sabiam com quem lidavam. E uma de suas preocupações foi evitar repetir o erro de 2009, quando foram feitas alterações no mesmo sentido, mas que foram definidos por 20 pessoas. Brawn brincou que, como cada equipe tinha um exército de 300 técnicos, tudo o que foi pensado foi rapidamente superado. O objetivo agora foi fazer um carro que não dependa tanto da aerodinâmica. O objetivo principal era reduzir a turbulência gerada dos atuais 50% para cerca de 10%.

Após muita discussão, um meio termo foi encontrado e as diretrizes básicas, mantidas. O modelo das imagens detalha uma série de situações que haviam sido verificadas anteriormente: uma asa dianteira mais larga e mais simples, com aletas laterais que lembram a de um avião comercial; posicionamento de aletas atrás das rodas dianteiras para reduzir a turbulência. Nas laterais, a maior simplificação das bargeboards, ainda menores do que na última alteração em 2020.

Chama a atenção a frente larga e mais simples.
Chama a atenção a frente larga e mais simples.
Foto: LiveGP.it / Reprodução

Para compensar parte da carga aerodinâmica, foi confirmada a volta oficial do Efeito solo. Não que ele estivesse afastado. Formalmente, ele foi banido em 1983, mas os seus conceitos não foram esquecidos e permaneceram. Agora, o regulamento prevê a existência de túneis nos assoalhos dos carros, com o fundo em formato de asa de avião invertida. A pressão aerodinâmica é criada por dois processos: a asa invertida acaba por tornar o ar que passa por cima do carro mais devagar por aquele que passa por baixo, gerando uma força para baixo (equação de Bernoulli). E para aumentar esta velocidade, o ar acaba sendo “canalizado”, passando mais rápido (efeito Venturi). A combinação destes dois cria o efeito solo: o carro é “sugado” para o chão.

Além de não possuir tantos apêndices, prevê-se que o carro seja ligeiramente mais curto. O regulamento prevê que a distância entre-eixos seja de 3,60m. Isso é de 10 a 15 cm menor do que os atuais. Combinado com algumas mudanças de medidas, isso pode fazer o carro perder de 20 a 30 cm. Ainda continuará grande, mas será menor do que os atuais.

Em princípio, o novo carro manterá o DRS, mesmo com a redução da turbulência (afinal, ele foi introduzido para facilitar as ultrapassagens) e será cerca de 32 kg mais pesado do que os deste ano (775kg x 743 kg). Este aumento em parte é explicado pela introdução dos novos pneus de 18” (os atuais são de 13”), novos freios e pela permissão de utilizar elementos menos nobres, de maneira a reduzir custos.

Eis o fundo do novo carro, com a asa invertida e a canalização do ar.
Eis o fundo do novo carro, com a asa invertida e a canalização do ar.
Foto: Formula 1 / Divulgação

As primeiras estimativas dão conta de que os novos monopostos serão cerca de 6 segundos mais lentos do que os atuais. Um pouco antes de se decidir por postergar a introdução do novo regulamento, já se falava em cerca de 3,5 segundos. Não se espantem se, mesmo mais pesados e com menos pressão aerodinâmica, esta diferença ficar perto dos 2 segundos.

Os pilotos terão carros mais pesados e mais ariscos para pilotar por conta dos novos pneus e da redução de carga aerodinâmica. Mas a redução de velocidade não será tão sentida e o objetivo é que as disputas entre os carros possam acontecer em maior quantidade. O público gostou do que viu e já agitaram as redes sociais dando o seu recado. Mais igualdade e espetáculo. Cada vez mais a conservadora F1 europeia se rende aos ideais estadunidenses.

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