Trio é condenado por ataque armado que matou gestante atingida por bala perdida em Porto Alegre
Júri analisou crime ligado ao tráfico no bairro Santa Tereza; bebê morreu após parto de emergência
Três homens foram condenados em júri popular pela morte da educadora Cíntia Rosa da Silva, de 29 anos, e por outras duas tentativas de homicídio ocorridas durante um confronto entre facções criminosas no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre, no fim de 2020. As penas estabelecidas pela Justiça variam de 25 a quase 33 anos de prisão em regime fechado.
A denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul aponta que os réus chegaram ao local em um carro roubado e efetuaram diversos disparos contra integrantes de um grupo rival, ferindo dois homens que estavam na área. Cíntia, que estava grávida de sete meses e não tinha relação com o conflito, foi atingida nas costas enquanto retornava de um mercado próximo de sua casa.
O promotor Fernando Bittencourt informou que o MP recorrerá para ampliar as condenações. O trio foi responsabilizado por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, perigo comum e impossibilidade de defesa das vítimas, além de crimes como receptação, roubo de veículo e corrupção de menores — já que um adolescente participou da ação. Um quarto acusado foi absolvido.
O caso ganhou destaque à época pela comoção gerada. Cíntia estava em licença-maternidade, era mãe de duas crianças e havia saído rapidamente para comprar pão quando foi surpreendida pelo tiroteio. Ela chegou a ser levada ao posto de saúde da Vila Cruzeiro, mas não resistiu.
A bebê que carregava, que se chamaria Lívia, nasceu por meio de cesariana de emergência no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Apesar dos esforços da equipe médica, morreu no dia seguinte.
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