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90 túmulos judeus na França são vandalizados

Na noite desta terça-feira muitos líderes políticos franceses devem participar de uma manifestação em Paris contra o antissemitismo.

19 fev 2019 - 17h36
(atualizado às 18h13)
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Vândalos pintaram suásticas e slogans antissemitas em cerca de 90 túmulos de um cemitério judeu no leste da França, disseram autoridades locais nesta terça-feira, pouco antes de marchas planejadas em todo o país contra o aumento de ataques antissemitas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou ainda nesta terça-feira o cemitério situado no vilarejo de Quatzenheim, próximo da cidade de Estrasburgo, depois da profanação ocorrida de madrugada, atravessando um portão pintado com uma suástica.

Presidente Macron visita túmulos vandalizados
Presidente Macron visita túmulos vandalizados
Foto: Frederick Florin / Reuters

"É importante para mim estar aqui com vocês hoje", disse Macron, com aparência solene, a líderes locais e membros da comunidade judia depois de prestar homenagem em um dos túmulos profanados.

Na noite desta terça-feira muitos líderes políticos franceses, mas não Macron, devem participar de uma manifestação em Paris contra o antissemitismo, que continua sendo um flagelo no país.

Cifras divulgadas na semana passada mostraram que houve mais de 50 ataques antissemitas em 2018, um aumento de 74 por cento em relação a 2017.

Entre os incidentes dos últimos dias, manifestantes 'coletes amarelos' foram filmados gritando insultos contra Alain Finkielkraut, escritor judeu conhecido e filho de sobrevivente do Holocausto, no sábado.

A França abriga a maior comunidade judia da Europa, cerca de 550 mil pessoas, uma população que aumentou quase 50 por cento desde a Segunda Guerra Mundial - mas os ataques antissemitas continuam comuns.

Um rabino e três crianças foram assassinados por um atirador islâmico em uma escola judia de Toulouse em 2012, e em 2015 quatro judeus em um supermercado kosher de Paris estavam entre as 17 pessoas mortas por militantes islâmicos na cidade.

Neste mês, obras de arte com imagens de Simone Veil, sobrevivente do Holocausto e ex-magistrada, instaladas em duas caixas de correio parisienses foram profanadas com suásticas, e uma loja de bagel foi pichada com a palavra "Juden", "judeu" em alemão, em letras amarelas.

"Estes atos são repugnantes", disse o primeiro-ministro, Édouard Philippe, ao parlamento na semana passada.

"Precisamos educar e lembrar as pessoas de nossa história, falar dos horrores que se escondem atrás desses atos criminosos. Também precisamos punir (mais) e sabemos que não podemos ser hesitantes nisso".

Na quarta-feira Macron oferecerá um jantar com o chefe da Crif, organização que representa a comunidade judia na França.

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