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Ucrânia e Rússia trocam acusações sobre usina nuclear, especialistas da ONU investigam

2 set 2022 - 08h13
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Ucrânia e Rússia trocaram acusações sobre as ações uma da outra em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, nesta sexta-feira, enquanto uma equipe de inspetores da agência nuclear da ONU tentava verificar a segurança da instalação e evitar um potencial desastre.

A empresa nuclear estatal da Ucrânia disse que a missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não teve permissão para entrar no centro de crise da usina, onde a Ucrânia diz que as tropas russas estão estacionadas, e que teria dificuldades para fazer uma avaliação imparcial.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, afirmou que a Ucrânia continua bombardeando a usina, aumentando o risco de uma catástrofe nuclear.

O local, a 10 km das posições ucranianas do outro lado do rio Dnipro, foi capturado pelas forças russas logo após a invasão da Ucrânia no final de fevereiro e se tornou foco de preocupação.

A usina sofreu repetidos bombardeios no mês passado, com Kiev e Moscou trocando acusações de culpa pelos ataques. O local ainda é administrado por funcionários ucranianos e a Rússia rejeitou os pedidos para retirar suas tropas.

O chefe da AIEA, Rafael Grossi, e sua equipe passaram várias horas na maior usina nuclear da Europa na quinta-feira e pretendiam retornar na sexta-feira às linhas de frente para avaliar os danos.

Falando após a visita inicial, Grossi disse que a integridade física da usina foi violada várias vezes e estava preocupado com a situação lá.

A empresa nuclear estatal da Ucrânia, Energoatom, declarou que seria difícil para a equipe da AIEA fazer uma avaliação imparcial devido à interferência russa.

"Os russos não permitiram que a missão entrasse no centro de crise, onde os militares russos estão atualmente estacionados, que os representantes da AIEA não deveriam ver", disse a Energoatom em comunicado.

"Os ocupantes (russos) mentem, distorcem os fatos e as evidências que testemunham do bombardeio da usina, bem como as consequências dos danos à infraestrutura", afirmou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a missão ainda pode ter um papel a desempenhar, apesar das dificuldades encontradas.

"Infelizmente, não ouvimos o principal da AIEA, que é o pedido para que a Rússia desmilitarize a estação", disse Zelenskiy em um vídeo transmitido para um fórum na Itália.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS TR

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