Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Por que oração de ministro israelense em local sagrado de Jerusalém causou indignação no Oriente Médio

O ministro ultranacionalista Itamar Ben-Gvir orou no complexo da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, violando um acordo de décadas

3 ago 2025 - 13h38
Compartilhar
Exibir comentários
Ben-Gvir liderou orações judaicas no Monte do Templo, na Jerusalém Oriental ocupada
Ben-Gvir liderou orações judaicas no Monte do Templo, na Jerusalém Oriental ocupada
Foto: Reprodução/X/@itamarbengvir / BBC News Brasil

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou neste domingo (3/8) a Esplanada das Mesquitas, complexo onde está localizada a mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém.

Na visita, ele orou no local, violando um acordo de décadas que regula um dos locais mais sensíveis do Oriente Médio.

Fotos e vídeos da visita mostram Ben-Gvir liderando orações judaicas no complexo, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, na Jerusalém Oriental ocupada.

Orar no local viola um arranjo de longa data que permite a visita de judeus, mas não a realização de orações.

O gabinete do primeiro-ministro israelense divulgou um comunicado afirmando que não houve mudança na política de Israel em manter o acordo de status quo, que permite apenas o culto muçulmano no local.

Ben-Gvir liderou um grande grupo de colonos em uma marcha no complexo da Mesquita de Al-Aqsa
Ben-Gvir liderou um grande grupo de colonos em uma marcha no complexo da Mesquita de Al-Aqsa
Foto: Jerusalem Islamic Waqf / Handout/Anadolu via Getty Images / BBC News Brasil

A Jordânia, que é guardiã do local, classificou a mais recente visita de Ben-Gvir como "uma provocação inaceitável".

O grupo Hamas afirmou que se trata de "um aprofundamento das agressões contínuas contra nosso povo palestino", enquanto um porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que a visita "ultrapassou todos os limites".

O local é o mais sagrado para os judeus, por ter abrigado dois templos bíblicos. Para os muçulmanos, é o terceiro mais sagrado, por acreditarem que foi de lá que o profeta Maomé ascendeu aos céus.

Israel capturou o local da Jordânia durante a guerra do Oriente Médio de 1967. Pelo acordo de status quo, a Jordânia manteve seu papel histórico de guardiã do local, enquanto Israel assumiu o controle da segurança e do acesso.

A Jordânia é guardiã do local
A Jordânia é guardiã do local
Foto: Gazi Samad/Anadolu via Getty Images / BBC News Brasil

Os palestinos acusam Israel de tomar medidas para enfraquecer esse arranjo e reclamam que, nos últimos anos, visitantes judeus têm sido vistos orando sem serem impedidos pela polícia israelense.

O Waqf, fundo islâmico que administra o local, afirmou que Ben-Gvir estava entre os mais de 1,2 mil judeus que subiram ao complexo na manhã de domingo.

Ben-Gvir, um ultranacionalista que, como ministro da Segurança Nacional, supervisiona a polícia, já havia visitado o local antes, mas, segundo o Times of Israel, essa foi a primeira vez que ele orou abertamente no complexo.

Ele foi escoltado por policiais durante a entrada e o percurso pelo local.

Em uma declaração no local, Ben-Gvir disse que os vídeos "horríveis" de reféns recentemente divulgados pelo Hamas, nos quais eles aparecem desnutridos, tinham o objetivo de pressionar Israel, e pediu o retorno dos reféns.

O ministro também voltou a defender que Israel ocupe toda a Faixa de Gaza e que incentive o que descreveu como "emigração voluntária" dos palestinos do território.

Especialistas afirmam que isso equivaleria a um deslocamento forçado de civis e poderia ser considerado um crime de guerra.

Ele foi sancionado pelo Reino Unido por "incitações repetidas à violência contra comunidades palestinas" na Cisjordânia ocupada.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade