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Polícia de Los Angeles mata ciclista negro a tiros após suspeita de violação de trânsito

1 set 2020 - 20h46
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Um ciclista negro foi baleado e morto pela polícia de Los Angeles, no mais recente caso de morte de um cidadão negro por policiais norte-americanos, e o Departamento de Polícia e um advogado que representa a família do homem ofereceram relatos divergentes nesta terça-feira sobre o incidente.

Fletcher Fair e Reggie Cole concedem entrevista no local onde Dijon Kizzee foi morto a tiros pela polícia de Los Angeles
01/09/2020
REUTERS/Lucy Nicholson
Fletcher Fair e Reggie Cole concedem entrevista no local onde Dijon Kizzee foi morto a tiros pela polícia de Los Angeles 01/09/2020 REUTERS/Lucy Nicholson
Foto: Reuters

O ciclista, Dijon Kizzee, de 29 anos, foi baleado mais de 20 vezes pelas costas na tarde de segunda-feira após dois adjuntos do xerife tentarem pará-lo por uma violação do código de trânsito para ciclistas, disse Benjamin Crump, que afirmou representar a família de Kizzee. 

O Departamento de Polícia de Los Angeles diz que Kizzee, cuja identidade foi confirmada pelo legista do condado, foi baleado menos de 20 vezes após ter deixado cair uma arma de fogo que levava e ter acertado um soco em um dos oficiais. 

A morte provocou novos protestos na cidade por manifestantes furiosos com os casos de violência contra pessoas negras pela polícia. Tais protestos se tornaram uma ocorrência praticamente diária pelo país após o assassinato de George Floyd, um homem negro que estava sob custódia policial em Mineápolis, em maio. 

"Vocês não matam nenhuma outra raça, só a gente, e não faz sentido", disse Fletcher Fair, tia de Dijon Kizzee, a jornalistas no local do incidente, nesta terça-feira, onde ativistas pediam que uma investigação independente fosse conduzida pelo procurador-geral da Califórnia. "Por que a gente?" 

Os protestos também continuaram em Kenosha, no Wisconsin, após um policial branco balear Jacob Blake, um homem negro, sete vezes pelas costas e à queima-roupa, deixando-o paralisado, e os distúrbios se tornaram uma grande questão antecedendo as eleições presidenciais de novembro. 

O presidente Donald Trump, do Partido Republicano, chegou a Kenosha na terça-feira buscando reunir sua base de apoiadores brancos defendendo a polícia das críticas em relação à brutalidade. 

Kizzee pedalava sua bicicleta na tarde de segunda-feira no bairro de Westmont, em Los Angeles, quando dois adjuntos de xerife que estavam em um carro tentaram fazer com que ele parasse. 

Kizzee abandonou sua bicicleta e correu por uma quadra, sendo perseguido pelos policiais, segundo Brandon Dean, um porta-voz do Departamento do Xerife, disse a jornalistas na noite de segunda-feira. Kizzee então acertou um soco no rosto de um dos oficiais, deixando cair um amontoado de roupas que levava, afirmou o departamento. 

Os policias disseram que uma arma de fogo semi-automática estava dentro do pacote de roupas, e os dois começaram a atirar em direção a Kizzee, segundo o departamento. 

Dean não soube dizer qual parte do código de trânsito para ciclistas havia sido desrespeitada por Kizzee, ou quantas vezes ele teria sido alvejado, dizendo que foram menos do que 20 vezes. Seu gabinete se recusou a responder perguntas sobre o caso e sobre a situação dos dois oficiais envolvidos.

O legista do condado iria conduzir uma autópsia de Kizzee na terça-feira. 

Entretanto, Crump, um advogado especialista em direitos civis conhecido por representar vítimas negras de violência policial em todo o país, escreveu no Twitter: "Eles dizem que ele correu, derrubou roupas e uma arma. Ele não pegou a arma, mas os policiais o balearam pelas costas mais de 20 vezes e o deixaram por horas". 

Crump pediu pelo Twitter para que as pessoas o enviassem vídeos do incidente, dizendo que adjuntos de xerife não são requisitados por lei a usarem câmeras no uniforme para registrarem suas ações. 

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