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Oposição venezuelana vai às ruas para aproveitar ímpeto contra Maduro

23 jan 2019 - 12h45
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Venezuelanos irão às ruas nesta quarta-feira no momento em que a oposição espera capitalizar diversas semanas de ímpeto para forçar uma mudança no governo do presidente Nicolás Maduro, enquanto o país vive um colapso da economia e uma erosão da democracia.

Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, discursa em Caracas 21/01/2019 REUTERS/Manaure Quintero
Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, discursa em Caracas 21/01/2019 REUTERS/Manaure Quintero
Foto: Reuters

Uma série de protestos em Caracas na segunda-feira, desencadeada por uma breve revolta militar, aumentou a esperança de que o novo líder do Congresso, Juan Guaidó, possa unificar a oposição e derrubar Maduro, que deu início este mês a um segundo mandato apesar de críticas de que sua reeleição foi ilegítima.

Guaidó tem dito que estaria disposto a substituir Maduro como presidente interino, com o apoio das Forças Armadas, para convocar eleições livres. O Congresso da Venezuela, controlado pela oposição e considerado por muitos governos como o último bastião da democracia no país, declarou Maduro um "usurpador" e foi apoiado pelos Estados Unidos.

A marcha desta quarta-feira, que deve atrair centenas de milhares de pessoas, pode consolidar o apoio popular a Guaidó e alguns apoiadores estão pedindo que ele se autodeclare o presidente legítimo da Venezuela. A oposição venezuelana tem estado em grande parte sem liderança desde que o mentor de Guaidó, Leopoldo López, foi preso em 2014 durante protestos.

Guaidó, de 35 anos, tem pedido que as Forças Armadas rejeitem Maduro e tem prometido uma futura anistia para aqueles que ajudarem a restaurar a democracia no país.

Dirigindo-se a membros das Forças Armadas na segunda-feira, Guaidó disse: "Nós não estamos pedindo que vocês dêem um golpe de Estado, não estamos pedindo que vocês atirem. Estamos pedindo para vocês não atirarem contra nós".

Guaidó, em entrevista à Reuters na terça-feira, disse que se tornar presidente pretende fornecer proteção legal a soldados e oficiais que desertarem, mas reconheceu que "precisará haver justiça para aqueles que tiverem feito coisas ruins".

"A inquietação é natural. Nós passamos 20 anos sofrendo ataques. Eles mataram líderes políticos, eles prenderam outros, eu fui sequestrado por algumas horas, eles mataram meus amigos", disse.

"Eu não pretendo curar as feridas de 20 anos e não pretendo escondê-las. Eu pretendo reconhecer aquelas que estão aqui".

O governista Partido Socialista realizará uma marcha própria nesta quarta-feira e autoridades têm ameaçado prender Guaidó. A pró-governo Suprema Corte, que anulou os poderes do Congresso em 2017, decidiu na terça-feira não reconhecer Guaidó como líder da instituição e pediu que a Procuradoria determine se ele cometeu algum crime.

Maduro, que tomou posse em 10 janeiro após uma eleição de 2018 amplamente vista como uma fraude, tem governado a Venezuela durante a pior crise econômica de sua história, com a inflação prevista a chegar a 10 milhões por cento este ano.

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