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Mueller entrega relatório da Rússia a procurador-geral dos EUA

22 mar 2019 - 20h27
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O procurador especial Robert Mueller entregou um muito aguardado relatório de sua investigação sobre o papel desempenhado pela Rússia na eleição presidencial norte-americana de 2016 e qualquer potencial irregularidade cometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou o Departamento de Justiça nesta sexta-feira.

Secretário de Justiça dos EUA, William Barr, durante discurso em Washington
26/02/2019 REUTERS/Yuri Gripas
Secretário de Justiça dos EUA, William Barr, durante discurso em Washington 26/02/2019 REUTERS/Yuri Gripas
Foto: Reuters

Mueller entregou o relatório ao procurador-geral William Barr, segundo o departamento. O relatório não foi imediatamente tornado público e não se sabe se Mueller identificou alguma conduta criminosa por parte de Trump ou de sua campanha para além das acusações já feitas contra diversos de seus assessores.

As principais conclusões do relatório serão divulgadas depois que ele for entregue ao Congresso, disse uma autoridade de alto escalão do Departamento de Justiça aos jornalistas. Essa fonte disse que o departamento entregará as conclusões do relatório aos parlamentares a partir deste fim de semana.

Mueller, um ex-diretor do FBI, tem investigado desde 2017 se a campanha de Trump conspirou com Moscou para tentar influenciar a eleição de 2016 e se, posteriormente, o presidente republicano tentou obstruir de maneira ilegal o seu inquérito.

Trump tem negado qualquer conspiração ou obstrução. A Rússia tem negado as alegações de interferência eleitoral.

Barr, indicado ao Departamento de Justiça por Trump e confirmado pelo Senado em fevereiro, disse a parlamentares que pode ser capaz de fornecer informações sobre as descobertas do relatório ao Congresso já neste final de semana.

"Os próximos passos dependem do procurador-geral Barr, e estamos ansiosos para que o processo siga o seu rumo. A Casa Branca não recebeu ou foi informada sobre o relatório do procurador especial", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

De acordo com as regulações que gerem investigações de procuradores especiais, o procurador-geral precisa compartilhar um esboço do relatório de Mueller com líderes democratas e republicanos de comissões judiciárias do Congresso, mas depende amplamente dele o que tornar público.

A investigação sobre a Rússia tem ofuscado a Presidência de Trump e afetado importantes figuras, incluindo seu ex-gerente de campanha Paul Manafort, seu ex-advogado pessoal Michael Cohen e o ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn, que já foram condenados ou se declararam culpados de acusações apresentadas por Mueller. A grande questão agora é se o relatório contém alegações de irregularidades contra o próprio Trump.

Os investigadores de Mueller examinaram um grande número de contatos entre pessoas associadas à campanha de Trump e à Rússia, como uma reunião na Trump Tower de Nova York entre membros do círculo próximo do presidente, incluindo seu filho mais velho, com um advogado ligado ao Kremlin cinco meses antes da eleição.

Mueller também avaliou se Trump cometeu obstrução de Justiça tentando dificultar a investigação, avaliando atos como o pedido para que o diretor do FBI James Comey abandonasse o inquérito sobre os contatos de Flynn com a Rússia, a subsequente demissão de Comey, seus ataques contra o procurador-especial, a concessão de perdões a ex-assessores e a demissão do ex-procurador-geral Jeff Sessions.

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