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Itália quer ministério 'de peso' na União Europeia

Líderes estão reunidos para discutir nomeações para cargos

30 jun 2019 - 14h59
(atualizado às 15h02)
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou neste domingo (30) que exigirá da União Europeia um "ministério econômico de peso" para o país no bloco.

Giuseppe Conte se reúne com Merkel em Bruxelas
Giuseppe Conte se reúne com Merkel em Bruxelas
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Os líderes da UE estão reunidos em Bruxelas para definir os próximos ocupantes dos principais cargos comunitários, como as presidências da Comissão Europeia, do Conselho Europeu, do Parlamento Europeu e do Banco Central Europeu.

Além disso, os Estados-membros precisam definir os nomes dos 27 comissários europeus, que seriam o equivalente aos ministros e que auxiliam o mandatário da Comissão Europeia no papel de poder Executivo do bloco.

"Primeiro precisamos definir as posições na cúpula e depois pensar nos comissários. Sempre disse que estou aqui para defender os interesses dos italianos e, neste momento, defender os interesses significa reivindicar uma pasta econômica de peso", disse Conte.

Os "ministérios" econômicos mais cobiçados da UE são os comissariados do Euro (Valdis Dombrovskis), do Emprego, Crescimento e Competitividade (Jyrki Katainen), do Comércio (Cecilia Malmstrom) e da Concorrência (Margrethe Vestager).

Os partidos que governam a Itália, no entanto, não integram os grupos políticos dominantes no Parlamento Europeu, o que isolou o país nas tratativas. A Liga, de Matteo Salvini, faz parte do grupo eurocético Identidade e Democracia, de oposição, enquanto o Movimento 5 Estrelas (M5S) sequer conseguiu fechar alianças e não deve ter papel relevante na próxima legislatura.

Além disso, os problemas fiscais da Itália podem inviabilizar a designação do país para comandar um comissariado econômico.

Cargos

Os cargos mais disputados são cinco: as presidências da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu e do Banco Central Europeu e o posto de alto representante para Política Externa e Segurança, que é também um dos 27 comissariados do bloco.

Os três primeiros são ocupados hoje, respectivamente, pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker, pelo italiano Antonio Tajani e pelo polonês Donald Tusk, do conservador Partido Popular Europeu (PPE), enquanto o último é exercido pela italiana Federica Mogherini, do grupo Socialistas e Democratas (S&D) - já o BCE está nas mãos do também italiano Mario Draghi.

O favorito para assumir a Comissão Europeia é seu atual primeiro-vice-presidente, o social-democrata holandês Franz Timmermans, que tem o apoio de Alemanha, Espanha, Holanda e França, mas enfrenta resistência de países governados pela extrema direita, como os do leste europeu e a Itália.

Em troca de abrir mão do cargo, mesmo tendo a maior bancada no Europarlamento, o PPE ficaria com a presidência do Legislativo, com o alemão Manfred Weber. Já o francês François Villeroy de Galhau é cotado para o BCE.

O acordo incluiria ainda o premier liberal da Bélgica, Charles Michel, no Conselho Europeu (órgão que reúne os líderes dos Estados-membros do bloco), e a presidente interina do Banco Mundial, a conservadora búlgara Kristalina Georgieva, como chefe da diplomacia europeia.

Dessa forma, a Itália, país fundador da UE, não teria nenhum posto entre os cinco mais cobiçados. A fiadora do acordo é a chanceler alemã, Angela Merkel, e as nomeações precisam ser referendadas por votações no Parlamento e no Conselho Europeus. 

Ansa - Brasil   
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