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Pripyat é cidade fantasma 23 anos após acidente em Chernobyl

25 abr 2009 - 08h09
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O acidente nuclear de Chernobyl, que deixou um saldo direto de 56 mortos e milhares de contaminados com material radioativo em todo o leste europeu, assustou o mundo há 23 anos. No entanto, ninguém viu o terror mais de perto do que os quase 50 mil moradores da cidade de Pripyat, vizinha à usina, na Ucrânia, que teve de ser completamente abandonada após o acidente. Hoje, o local é uma cidade fantasma.

Vista do parque de diversões abandonado em Pripyat
Vista do parque de diversões abandonado em Pripyat
Foto: www.pripyat.com / Divulgação

Nos anos que antecederam o desastre, a região onde mais tarde seria instalada Chernobyl era conhecida por ser um modesto reduto de agricultores. A história começou a mudar quando em 1970 a pedra fundamental de Chernobyl, então primeira usina nuclear da Ucrânia, na época território da URSS, foi assentada. Ao mesmo tempo, a 18 km dali, a cidade de Pripyat começou a ser construída, com o objetivo de ser o lar dos trabalhadores da usina e enriquecer às custas da indústria nuclear.

A cidade fui meticulosamente planejada. Uma ampla rede de atrativos culturais foi construída, como loja de livros, teatro, bibliotecas, escola de arte e sala de concertos. A infra-estrutura local contava, também, com centro médico, escolas secundárias, escola técnica, mercados e restaurantes.

"Uma atenção especial foi dada para a construção e desenvolvimento de diversas pré-escolas e opções para a prática de atividades físicas, já que a média de idade dos habitantes era de apenas 26 anos", disse o antigo habitante local, Yu. Yevsyukov, ao site www.pripyat.com ¿ organizado para reunir as memórias dos ex-moradores. Mais de mil crianças nasciam anualmente na cidade. "Era comum, ao entardecer, ver mães e pais orgulhosos levando seus filhos para um passeio".

Pripyat estava confiante sobre o seu futuro, lembra o antigo morador. Nos próximos anos estavam previstas diversas obras de infra-estrutura na cidade, como uma clínica dental especializada, uma grande loja de brinquedos e até um cinema com duas salas de exibição. Um novo "deslumbrante" parque adornaria a entrada de Pripyat.

"O plano de desenvolvimento da cidade foi feito com base na expectativa de que 80 mil pessoas morariam em Pripyat no futuro", disse Yu. Yevsyukov. "A região era para ser uma das mais belas em toda a Ucrânia".

Os planos de Yu. Yevsyukov e dos outros quase 50 mil moradores foram arruinados no dia 28 de abril de 1986, dois dias após a explosão que resultou em um incêndio e no conseqüente vazamento de resíduos nucleares da usina de Chernobyl. A cidade fez parte da zona de exclusão elaborada a partir de um raio de 30 km do local do acidente, local contaminado com altíssimos níveis de radiação. Todos os moradores foram retirados do local.

Na época do acidente, o governo soviético tentou abafar o caso e informações detalhadas sobre os mortos não foram efetivamente divulgadas. Especulou-se, na época, que os mortos seriam dezenas de milhares. No entanto, em investigação da ONU, em meados de 2005, calculou em 4 mil as vítimas comprovadas ou futuras em decorrência, principalmente, do câncer.

Os números são constados por ONGs, principalmente pelo Greenpeace, que calcula que 93 mil pessoas morreram ou morrerão contaminadas pelo material radioativo. "A catástrofe de Chernobyl liberou 100 vezes mais radiação do que as bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki", diz a organização.

Fonte: Redação Terra
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