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Multidão acompanha entrada do pai da abolição da pena de morte na França no Panteão

A homenagem nacional com a entrada de Robert Badinter no Panteão dos heróis da França, nesta quinta-feira (9), reuniu uma multidão nas ruas do 5º distrito de Paris. A cerimônia começou ao cair da tarde, com a chegada do presidente Emmanuel Macron. A homenagem foi realizada poucas horas após a profanação do túmulo de Badinter, fato que revoltou o país.

9 out 2025 - 16h08
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A homenagem nacional com a entrada de Robert Badinter no Panteão dos heróis da França, nesta quinta-feira (9), reuniu uma multidão nas ruas do 5º distrito de Paris. A cerimônia começou ao cair da tarde, com a chegada do presidente Emmanuel Macron. A homenagem foi realizada poucas horas após a profanação do túmulo de Badinter, fato que revoltou o país.

O caixão com o nome de Robert Badinter e a bandeira da França foi carregado por Guardas Nacionais ao longo da avenida que leva ao Panteão, em Paris, sendo aplaudido pela multidão que ocupava as calçadas. Várias etapas marcaram o percurso: memória, justiça, República. A cada parada, um ator ou atriz franceses lia fatos ou discursos importantes na vida do jurista — desde as perseguições sofridas por sua família judaica e a deportação do pai, vítima do Holocausto, até sua nomeação como ministro da Justiça por François Mitterrand, em 1981.

Ativista dos direitos humanos, Badinter chegou ao governo socialista convencido da necessidade de lutar pelo fim do uso da guilhotina, que "corta ao meio um homem vivo". Ele entrou para a História em 9 de outubro de 1981, quando a abolição da pena de morte na França, aprovada pelo Parlamento, foi promulgada por Mitterrand. Um grande retrato de Badinter na frente do monumento francês, entre as frases "a pena de morte foi abolida" e "a Justiça francesa não será mais uma Justiça que mata", lembrou o grande feito do ex-ministro.

Antes de o caixão entrar no Panteão, o cantor francês Julien Clerc interpretou a música "Assassino Assassinado", um manifesto contra a pena de morte. Alunos de direito ressaltaram a importância do legado de Badinter e da necessidade de manter vivo o combate contra a pena capital. A profanação do túmulo do ex-ministro da Justiça, no mesmo dia de sua entrada no monumento aos heróis da nação francesa, veio lembrar que essa é uma luta permanente.

Ao lado dos iluministas

No interior do Panteão, personalidades políticas, intelectuais e artísticas participaram da cerimônia, marcada pelo discurso de Emmanuel Macron. A viúva do jurista, a filósofa e feminista Élisabeth Badinter, e os três filhos do casal acompanharam a homenagem.

O presidente francês afirmou que Badinter se juntava "aos pensadores iluministas" e a outros defensores dos princípios do Estado de Direito, como Victor Hugo, que em 1848 defendeu com ardor a abolição da pena de morte.

Macron declarou que Badinter "entra no Panteão", onde são homenageadas figuras marcantes da história da França. "Ouvimos sua voz que defende seus grandes combates, essenciais e ainda inacabados: a abolição universal da pena de morte, a luta contra o veneno do antissemitismo e seus pregadores de ódio, a luta pela defesa do Estado de Direito", acrescentou.

Robert Badinter morreu aos 95 anos, na noite de 8 de fevereiro de 2024. Sua entrada no monumento dos heróis franceses foi anunciada logo depois de sua morte pelo presidente Emmanuel Macron, em 14 de fevereiro de 2024, durante uma homenagem ao jurista na Praça Vendôme, em frente ao Ministério da Justiça, em Paris.

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