PUBLICIDADE

Mundo

EUA voltam a pedir máscaras em locais fechados a vacinados

Medida ocorre em meio ao aumento de casos relacionados à variante Delta do coronavírus no país, especialmente em estados com baixa cobertura vacinal

27 jul 2021 - 17h34
(atualizado às 17h35)
Compartilhar
Exibir comentários

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) voltou a recomendar nesta terça-feira, 27, o uso de máscaras em lugares fechados para pessoas que já tenham se vacinado contra a covid-19. A medida ocorre em meio ao aumento de casos relacionados à variante Delta do coronavírus no país, especialmente em estados com baixa cobertura vacinal, em virtude do temor de que vacinados carreguem o vírus e o transmitam a quem ainda não se imunizou.

Foto: David 'Dee' Delgado / Reuters

Segundo o CDC, pessoas vacinadas que moram em locais de alta transmissão devem usar máscaras em espaços públicos fechados. O órgão também recomendou que as pessoas vacinadas que morem com pessoas vulneráveis, como crianças pequenas e imunocomprometidos, usem máscaras em ambientes fechados em espaços públicos.

Além disso, a agência apelou pelo uso universal de máscara por professores, funcionários e alunos nas escolas, independentemente do seu estado de vacinação.

A orientação, anunciada em uma coletiva às 15h (16h em Brasília), alterou substancialmente a recomendação do CDC de 13 de maio, de que as pessoas vacinadas não precisam usar máscaras dentro ou fora de casa por causa da proteção conferida pelas vacinas contra o coronavírus.

Na época dessas orientações, os casos estavam caindo drasticamente e a variante Delta, que se acredita ser mais de duas vezes mais transmissível do que as cepas anteriores do vírus, não havia ganhado força nos Estados Unidos. Essa orientação anterior irritou algumas pessoas, incluindo pais com filhos pequenos inelegíveis para as vacinas, que temiam que o relaxamento das regras colocasse os vulneráveis em maior risco.

Temor de que vacinados espalhem o vírus

Autoridades de saúde do alto escalão disseram que o que motivou a mudança foram os novos dados que mostram que as pessoas vacinadas infectadas com a variante Delta carregam a mesma carga viral que as pessoas não vacinadas.

É improvável que as pessoas vacinadas fiquem gravemente doentes, mas os novos dados levantam questões sobre a facilidade com que podem transmitir a doença, disseram as fontes ouvidas pelo The Washington Post. Esse tipo de transmissão não aconteceu de forma significativa com as cepas anteriores.

Albert Ko, epidemiologista da Escola de Saúde Pública de Yale, disse em um e-mail que, diante da descoberta de cargas virais semelhantes entre pessoas vacinadas e não vacinadas, novas restrições seriam necessárias: "Existem vários obstáculos lógicos para definir (a duração da disseminação viral é um), mas a descoberta, se rigorosamente comprovada, seria preocupante".

Um oficial de saúde federal, falando sobre os bastidores para fornecer contexto sobre o anúncio do CDC, disse que a administração ainda acredita que as pessoas vacinadas desempenham um papel "muito pequeno" na transmissão, com os não vacinados sendo responsáveis pela maior parte.

A mudança nas orientações ocorre quando as infecções confirmadas por coronavírus em todo o país quadruplicam em julho, de cerca de 13.000 casos por dia no início do mês para mais de 54.000 agora, de acordo com o rastreamento do The Washington Post.

A rapidez com que se espalhou a variante delta, originalmente identificada na Índia, pegou as autoridades americanas de surpresa. A primeira infecção nos EUA foi identificada em 16 de março, de acordo com dados de testes compilados pela empresa de genômica Helix. Por dois meses, causou pouco impacto, e a variante Alfa, vista pela primeira vez no Reino Unido, tornou-se a cepa dominante em todo o país.

Mas em junho o delta começou a se espalhar a taxas exponenciais, e o cientista do Helix William Lee disse na terça-feira que estima que seja responsável por mais de 90% das infecções em todo o país. O Alfa, por outro lado, é visto em apenas cerca de 3% dos testes positivos. "Está quase acabando", disse Lee.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade