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Erdogan é empossado com novos poderes na Turquia e nomeia genro como ministro das Finanças

9 jul 2018 - 18h46
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O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, nomeou o genro como ministro das Finanças de seu novo governo nesta segunda-feira, horas após ser empossado com amplos poderes no comando de um país que governa há 15 anos.

Presidente turco, Tayyp Erdogan 09/07/2018 REUTERS/Umit Bektas
Presidente turco, Tayyp Erdogan 09/07/2018 REUTERS/Umit Bektas
Foto: Reuters

A lira, que perdeu quase um quinto de seu valor contra o dólar neste ano, caiu quase 3 por cento, para 4,74 em relação ao dólar, minutos após o anúncio do gabinete.

Erdogan nomeou seu genro Berat Albayrak como ministro das Finanças e do Tesouro. Não houve espaço no gabinete para o ex-vice-primeiro-ministro Mehmet Simsek, que era visto como o principal ministro amigável ao mercado no governo anterior.

A lira tem sido atingida por preocupações a respeito da busca de Erdogan por taxas de juros mais baixas e por comentários em maio de que ele planejava assumir maior controle da economia após as eleições de junho.

Assumindo a nova Presidência executiva que há tempos buscava estabelecer, Erdogan fez o juramento do cargo mais cedo no Parlamento, antes de discursar para líderes internacionais que estavam no palácio presidencial, em Ancara.

"Nós, como Turquia e como o povo turco, estamos hoje fazendo um novo começo", disse o presidente aos dignitários e a milhares de convidados. "Nós estamos deixando para trás o sistema que no passado custou ao nosso país um grande preço em caos político e econômico".

Erdogan, de 64 anos, diz que uma Presidência executiva poderosa é vital para conduzir um crescimento econômico, garantir segurança após um golpe militar fracassado em 2016 e salvaguardar a Turquia de conflitos em suas fronteiras com Síria e Iraque.

"Nós estamos embarcando nesta estrada ao usarmos esta oportunidade da melhor forma que podemos para um forte Parlamento, um forte governo e uma forte Turquia", disse.

A introdução do novo sistema presidencial marca a maior atualização da governança desde que a república turca foi fundada sobre as ruínas do Império Otomano há quase um século.

O posto de primeiro-ministro foi abolido e o presidente agora poderá selecionar seu próprio gabinete, regular ministérios e remover funcionários públicos, tudo sem aprovação parlamentar.

Adversários dizem que a ação marca uma guinada ao autoritarismo, acusando Erdogan de corroer as instituições seculares estabelecidas pelo fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk, e afastá-las dos valores ocidentais de democracia e liberdade de expressão.

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