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Estado Islâmico está prestes a ser derrotado na Síria

Forças Democráticas Sírias (SDF) encurralaram os últimos militantes em um bairro da vila de Baghouz, perto da fronteira com o Iraque.

16 fev 2019 - 17h05
(atualizado às 17h26)
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Soldados apoiados pelos EUA na Síria devem capturar o último pequeno enclave do Estado Islâmico no rio Eufrates, disse o comandante de batalha neste sábado, levando o auto-declarado califado a ponto de ser totalmente derrotado. 

Jiya Furat, comandanten da força militar de combate ao Estado Islâmico, na Síria. 16/2/2019. REUTERS/Rodi Said -
Jiya Furat, comandanten da força militar de combate ao Estado Islâmico, na Síria. 16/2/2019. REUTERS/Rodi Said -
Foto: Reuters

Jiya Furat disse que as Forças Democráticas Sírias (SDF) encurralaram os últimos militantes em um bairro da vila de Baghouz, perto da fronteira com o Iraque, sendo atacado por todos os lados. 

"Nos próximos dias, em um intervalo muito curto, espalharemos boas notícias para o mundo do fim militar do Daesh", disse, usando o acrônimo árabe do Estado Islâmico.

Ele falou depois de o presidente americano Donald Trump dizer, na sexta-feira, que haveria grandes anúncios sobre a Síria nas 24 horas seguintes. 

Trump prometeu retirar forças americanas da Síria, depois da derrota territorial do Estado Islâmico, levantando questões sobre o destino dos aliados curdos de Washington e do envolvimento da Turquia no nordeste da Síria.

Enquanto o SDF avançou sob fortes ataques aéreos dos EUA nos últimos dias, uma série de civis fugiram dos poucos quilômetros quadrados de aldeias e fazendas ainda dentro do califado do Estado Islâmico, junto com jihadistas derrotados tentando escapar sem serem notados. 

Apesar de soldados do Estado Islâmico ainda se segurarem no centro do remoto deserto da Síria, e terem se escondido como células adormecidas em cidades iraquianas, com capacidade de lançarem ataques, o domínio territorial está quase no fim. 

O movimento encerra um projeto lançado da grande mesquita medieval de Mosul, no norte do Iraque, em 2014, quando Abu Bakr al-Baghdadi aproveitou o caos regional para se proclamar califa, suserano do povo e da terra dos muçulmanos. 

Ele estabeleceu um sistema de governo com cortes, moeda e uma bandeira que, no seu auge, se espalhou do noroeste da Síria quase até Bagdá, abrangendo por volta de dois milhões de habitantes. 

Mas o seu reinado de terror contra minorias e outros que considerava inimigos, marcado por massacres, escravidão sexual e decapitação de reféns, atraiu uma forte resposta militar da comunidade internacional, que o obrigou a um constante recuo a partir de 2015. 

A maioria dos soldados que permanecem em Baghouz são estrangeiros, disse a SDF, entre os milhares convocados pela promessa de Baghdadi por uma nova utopia jihadista, na fronteira entre o Iraque e a Síria, eliminando fronteiras nacionais.

Tudo que resta, disse Furat, é um bolsão com aproximadamente 700 metros quadrados. "Milhares de civis ainda estão presos lá como escudos humanos", disse. 

O Observatório de Direitos Humanos da Síria, baseado no Reino Unido, disse que a SDF assumiu o controle de toda Baghouz, após os jihadistas se renderem. Oficiais da SDF negaram essa informação. 

O porta-voz Mustafa Bali disse que a SDF capturou vários militantes tentando fugir entre civis. Outros se entregaram.

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