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Após sobreviver a ataque aéreo, menino palestino morre em busca de ajuda humanitária

17 abr 2024 - 16h31
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Quando um ataque aéreo israelense destruiu a casa da sua família, em novembro, Zein Oroq ficou preso sob os escombros. Ele ficou ferido, mas sobreviveu, enquanto 17 membros de sua família morreram. 

Mas posteriormente, Zein, de 13 anos, enfrentaria um destino cruel em Gaza, onde palestinos sofrem com severa escassez de remédios, comida e água em uma crise humanitária cada vez mais grave. 

A população do pequeno enclave, onde Israel e o grupo islâmico palestino Hamas lutam há mais de seis meses, está sob o risco de fome. 

Na semana passada, durante um lançamento aéreo de auxílio humanitário, o adolescente foi atingido por um dos pacotes, no momento em que corria para pegar uma lata de favas, um pouco de arroz ou farinha. 

"Na primeira vez, quando a casa foi atingida, ele saiu dos escombros com ferimentos na cabeça, na mão e na perna. Deus o salvou", disse o avô de Zein, Ali Oroq. 

Em pé ao lado de uma grande piscina de água residual, o avô lembrou-se de como Zein nadava em um lago para conseguir comida dos lançamentos aéreos e como, em vez disso, ele deveria estar sentado em uma carteira na escola sendo educado. 

Mas com mediadores falhando em conseguir uma trégua, e Israel e Hamas preparados para mais guerra em uma Faixa de Gaza transformada em terra devastada pelo conflito, a sorte do menino uma hora acabou. 

"Enquanto os paraquedas caíam, uma caixa de auxílio humanitário atingiu sua cabeça. Além disso, a multidão correndo em direção à caixa não prestou atenção no garoto -- as pessoas também estavam com fome", afirmou o pai de Zein, Mahmoud. 

"Então, sua cabeça sofreu um corte e foi ferida, ele teve fraturas na pélvis, no crânio e no abdômen e, com o fluxo de pessoas, a pressão sobre ele aumentou." 

Zein foi levado ao hospital, onde sucumbiu aos ferimentos no domingo, em meio ao caos de uma guerra que começou quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e tomando mais de 200 reféns, segundo contagens israelenses. 

Israel respondeu com uma ofensiva militar feroz que matou mais de 33.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza, governada pelo Hamas, e transformou a faixa densamente povoada, casa de 2,3 milhões de pessoas, em escombros, aço retorcido e poeira.  

"Meu filho é tão precioso, ele era meu apoio, minha vida inteira, minha primeira alegria neste mundo, meu filho mais velho, que ele descanse em paz", disse Mahmoud. 

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