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Morte de Joca reacende a discussão sobre o transporte aéreo de animais

O golden retriever de cinco anos morreu durante um voo da companhia aérea Gol

25 abr 2024 - 16h00
(atualizado às 16h18)
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No dia 22 de abril, mais um trágico incidente envolvendo o transporte aéreo de animais gerou indignação e questionamentos sobre a segurança e os cuidados dispensados aos pets durante viagens. O caso em questão diz respeito à morte de um golden retriever de cinco anos, conhecido como Joca, durante um voo da Gol. O animal, que saiu do aeroporto de Guarulhos (SP) deveria desembarcar com seu tutor em Sinop (MT), mas foi erroneamente enviado à Fortaleza (CE), resultando em uma jornada extenuante que culminou em sua morte.

Joca, um golden retriever de cinco anos, morreu durante um voo
Joca, um golden retriever de cinco anos, morreu durante um voo
Foto: Reprodução/Redes Socias e Canva / Perfil Brasil

De acordo com o tutor do animal, um veterinário havia fornecido um atestado, garantindo que Joca suportaria uma viagem de até duas horas e meia. No entanto, em decorrência do equívoco logístico, o cão foi submetido a quase oito horas de transporte aéreo, onde, segundo a família, não não teria recebido os cuidados adequados por parte da empresa aérea.

A sequência de eventos que resultou na morte de Joca evidencia a urgência na revisão das leis e regulamentações que regem o transporte de animais de estimação em companhias aéreas. Atualmente, os animais de grande porte são transportados junto às cargas, o que pode expor os pets a condições adversas e estressantes, como: mudanças bruscas de temperatura, falta de oxigenação adequada, longos períodos de confinamento e muito estresse.

Diante deste cenário, urge a implementação de medidas que garantam a segurança e o bem-estar dos animais durante o transporte aéreo, seja por iniciativa das próprias companhias, seja a partir da criação de leis com essa determinação, afinal, para os tutores os pets fazem parte da família. Uma possível solução seria a revisão das políticas das companhias aéreas para permitir o transporte de animais de grande porte na cabine, junto com seus tutores, desde que observadas as devidas precauções e exigências de segurança. É inaceitável que com toda a tecnologia que dispomos, não consigamos pensar em uma forma adequada de transportar os animais dentro das cabines, ao lado de seus tutores.

Enquanto isso não acontece, é imperativo que as empresas aéreas aprimorem seus protocolos de atendimento e monitoramento dos animais, durante o transporte, assegurando que eventuais problemas de logística sejam prontamente identificados e corrigidos. Isso inclui a implementação de sistemas de rastreamento em tempo real, o treinamento adequado do pessoal responsável pelo manuseio dos animais e a garantia de comunicação transparente com os tutores em caso de incidentes.

Outra medida importante precisa partir do Poder Judiciário, que deve começar a punir verdadeiramente as companhias aéreas em casos como o de Joca, pois R$ 5 mil, valor que tem sido arbitrado por muitos magistrados, não serve para desestimular as empresas a continuarem seguindo os mesmos protocolos, que já tiraram a vida de diversos animais de estimação.

Em última análise, a morte de Joca não deve ser apenas mais uma tragédia evitável, mas sim, um chamado à ação para que sejam promovidas reformas legislativas e práticas operacionais, que garantam a segurança e o bem-estar de todos os animais que dependem do transporte aéreo para os seus deslocamentos. Afinal, cabe à sociedade e às autoridades competentes assegurarem que incidentes como esse não se repitam e que os direitos dos animais e de seus tutores sejam respeitados.

*Jennifer Manfrin é advogada, especialista em Direito Civil e professora nos cursos de pós-graduação em Direito do Centro Universitário Internacional Uninter.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião de Perfil Brasil.

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