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Meninos tailandeses descrevem resgate "milagroso"

18 jul 2018 - 12h36
(atualizado às 18h48)
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Em primeira aparição pública após delicada operação de resgate, jovens retidos por semanas em caverna na Tailândia contam como lutaram contra a fome e revelam que tentaram cavar saída antes de serem encontrados.Após receberem alta, os 12 meninos tailandeses e o técnico de futebol que ficaram retidos por mais de duas semanas nos confins de uma caverna inundada na Tailândia fizeram, nesta quarta-feira (18/07), sua primeira aparição pública desde o resgate que comoveu o mundo.

Meninos fazem tradicional saudação tailandesa após receberem alta de hospital
Meninos fazem tradicional saudação tailandesa após receberem alta de hospital
Foto: DW / Deutsche Welle

"Foi um milagre", disse um dos garotos, Adul Sam-on, de 14 anos, sobre o momento em que foram encontrados por mergulhadores. "Foi mágico. Tive que pensar muito antes de conseguir responder às perguntas [dos mergulhadores]", descreveu em entrevista coletiva transmitida pela televisão.

Outro dos integrantes do grupo contou que o grupo só bebeu água de estalactites na caverna. Sem comida, eles sobreviveram apenas com água da chuva por nove dias até serem encontrados.

"Eu disse a todos para continuarem lutando e não se desesperarem", disse um dos meninos. "Eu não tinha forças, tentava não pensar sobre comida para não ficar com mais fome", completou o mais novo do grupo, Titan.

Vestindo camisas de futebol, os garotos sorriam e brincavam com uma bola de futebol ao chegarem ao local da entrevista, em Chiang Rai, no norte do país. Com aparência saudável, os garotos sorriam e faziam saudações tradicionais tailandesas.

Médicos, familiares e amigos receberam, aplaudiram e abraçaram os garotos, com idades entre 11 e 16 anos, e seu técnico numa equipe de futebol juvenil, de 25 anos.

O grupo planejava explorar o complexo de cavernas Tham Luang por cerca de uma hora após o treino de futebol de sua equipe Wild Boars, no último dia 23 de junho, mas fortes chuvas inundaram os túneis, deixando-os presos.

Eles revelaram que cavaram em busca de uma saída antes de serem localizados e chegaram a avançar três ou quatro metros.

"Nós nos revezávamos para cavar as paredes da caverna", disse o técnico de futebol, Ekkapol Chantanwong. "Não queríamos ficar esperando até que autoridades nos encontrassem."

O grupo acabou sendo encontrado nove dias depois por dois mergulhadores britânicos, a quase quatro quilômetros da entrada da caverna e após intensas buscas, das quais participaram mais de 1.300 pessoas.

O resgate, conduzido por uma equipe internacional formada por cerca de 20 especialistas, levou três dias. Segundo Chantanwong, a força física dos meninos não determinou a ordem em que foram resgatados. O técnico também afirmou que todos sabiam nadar, mas alguns não muito bem.

Na entrevista coletiva, dois dos garotos seguravam um retrato a lápis de Samarn Kunan, o ex-mergulhador da Marinha tailandesa que morreu durante as operações de preparo para o resgate, ao colocar tanques de oxigênio na caverna.

"Todos ficaram muito tristes. Eles sentiram como se fossem o motivo pelo qual ele teve de morrer, e sua família, de sofrer", disse Chantanwong.

Médicos afirmaram que os 13 jovens estão saudáveis física e psicologicamente. Desde o complexo resgate, encerrado na última terça-feira, os garotos ganharam uma média de três quilos cada, após perderem uma média de dois quilos. Alguns tiveram pequenas infecções tratadas, mas todos se recuperaram bem.

"Meu sonho é ser um jogador de futebol profissional", disse um dos garotos.

LPF/ap/afp/rtr/efe/dpa

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