Críticas e prejuízos para o Estado

Apesar de representar um marco da engenharia brasileira quando foi construída, a Ponte do Guaíba e seu vão móvel são alguns dos principais 'gargalos' de logística na produção industrial do Estado. Ao longo dos últimos 53 anos, com o crescimento do movimento de navios que abastecem o Polo Petroquímico de Triunfo, na região metropolitana de Porto Alegre, aumentou também a frequência com que o vão móvel é içado.

Segundo Luiz Domingues, vice-presidente do Movimento Ponte do Guaíba, atualmente o vão móvel apresenta uma média de 4 a 5 içamentos por dia. A paralisação da rodovia por pelo menos 20 minutos a cada manobra, aliada a seguidas interdições da ponte por mau funcionamento do sistema de içamento, causa grandes congestionamentos na região, limitando o escoamento da produção local.

Entre as perdas da indústria e da população de um modo geral, o movimento calcula que a atual ponte do Guaíba causa um prejuízo anual de R$ 270 milhões. "Os órgãos competentes calculam em R$ 200 milhões o prejuízo, a nível empresarial. Mas não falam que a empregada doméstica, que a faxineira sai lá de Guaíba para fazer uma faxina em Porto Alegre, e que com a ponte içada ela perde o horário frequentemente e acaba demitida, porque ela se atrasa", exemplifica Domingues.

Ainda de acordo com o vice-presidente do Movimento Ponte do Guaíba, as frequentes panes na estrutura, que causam a interrupção da travessia, inibem a instalação de multinacionais no sul do Estado. "As empresas que procuraram áreas na região sul (para se instalar) põem os olhos na ponte e recuam", afirma.

foto: Aline Gonçalves/PMPA/Divulgação