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Economia e globalização serão os primeiros temas debatidos

Quinta, 31 de janeiro de 2002, 16h32


A economia que querem os que habitualmente protestam contra o Fórum Monetário Internacional (FMI) é radicalmente diferente da que hoje impera no mundo, e será o primeiro dos temas a ser debatido no II Fórum social Mundial (FSM).

O Fórum Social foi criado em 2001 como alternativa dos movimentos sociais ao Fórum Econômico Mundial de Davos (este ano transferido para Nova York), e que são celebrados na mesma data. Seu objetivo é articular "ações e movimentos em oposição ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital", segundo a carta de princípios.

"Eliminar a dívida externa que esmaga os países pobres e acabar com o privilégio do mercado como lógica que estrutura as sociedades, são premissas da antiglobalização neoliberal, disse Sérgio Haddad, presidente da Associação Brasileira de Organizações Não-governamentais (Abong) e organizador do evento.

Essa economia alternativa é o tema que iniciará amanhã as conferências que centrarão o fórum este ano, com propostas para reformar o comércio mundial e as corporações multinacionais, controlar os capitais financeiros e acabar com a dívida externa.

"O programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Unicef estimam que um gasto anual de US$ 80 bilhões em 10 anos permitiria garantir a todo ser humano o acesso à educação e aos cuidados de saúde básicos, uma alimentação adequada, água potável e a infra-estrutura sanitária", estima Eric Toussaint, do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM).

“Esses US$ 80 bilhões é menos do que o Terceiro Mundo paga por sua dívida externa pública, é aproximadamente um quarto do orçamento militar dos Estados Unidos, a metade da fortuna das quatro pessoas mais ricas do planeta", continuou Toussaint, que apresentará a proposta de acabar com a dívida externa.

“Propomos outra globalização", afirma Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos de empresas com responsabilidade social e coordenador do FSM. Nesse sentido, Grajew defende um sistema "que tenha como um dos seus fundamentos a responsabilidade social empresarial e no qual as necessidades básicas do ser humano não podem ser negociadas".

O controle dos capitais financeiros e a reforma e democratização dos organismos multilaterais como o FMI também estão na mira dos antiglobalização, e a proposta que será levada ao Fórum é da organização francesa Associação para a tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos (Attac).

Esse controle dos fluxos financeiros pode ser realizado através de taxas, como a chamada Taxa Tobin sobre o mercado de câmbio, que permitiria criar um fundo internacional para "financiar ajuda a países emergentes e em desenvolvimento afetados por disfunções do sistema financeiro", segundo a Attac.

"O 80% dos fluxos financeiros internacionais se concentram em vinte países que representam 22% da população mundial, e as crises financeiras se aceleraram nos últimos 10 anos, impactando de maneira recorrente os países emergentes", segundo Attac.

AFP

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