José Bové virá ao Fórum como destaque da Via Campesina
Terça, 22 de janeiro de 2002, 16h47
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Ativista ajudou a destruir lavoura
transgênica em 2001 (Foto Arquivo Terra)
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O ativista francês José Bové virá à segunda edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre que começa no dia 31 deste mês. Bové, expulso do Brasil na primeira edição do Fórum em 2001 depois de participar da invasão e destruição de uma lavoura de soja transgênica da multinacional Monsanto, é uma das personalidades mais esperadas para o acampamento da Via Campesina. A organização do Fórum não incluiu o líder da Confederação Camponesa da França na lista de conferencistas.A pergunta é se Bové, cujo bigode, comportamento e feições lembram o personagem cômico Asterix, vai monopolizar as atenções, a exemplo do ano passado, e virar a atração mais uma vez do evento mundial, cujo tema em 2002 é a construção da paz. Um dos integrantes da cooordenação da Via Campesina no Brasil, Luiz Paulo Faccioni, da direção nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), aposta que este ano a passagem do ativista, considerado uma personalidade "imprescindível" no evento, será mais tranqüila. "A ação de 2001 não foi decidida da noite para o dia. Os protestos agora serão contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca)", explica Faccioni. No dia 4 de fevereiro, está prevista a Marcha contra a Alca. "Onde tem ação contra o imperialismo o francês é figura importante", sugere o líder do MPA. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que invadiram hoje uma área pública em Porto Alegre, não escondem a boa receptividade com a notícia da vinda do francês. Em 2001, José Bové conseguiu um habeas corpus contra a decisão da Justiça Federal que determinou a sua saída do Brasil. Bové acabou deixando o país em 31 de janeiro nos braços dos participantes do Fórum como herói. Na Polícia Federal (PF) gaúcha, que chegou a deter por algumas horas o visitante problema, não há nenhuma restrição à sua entrada em solo nacional. O Asterix francês deve pisar em Porto Alegre no dia 31. Os franceses na Via Campesina, que reúne organizações de pequenos agricultores de quatro continentes - menos a Oceania, devem ficar hospedados numa congregação religiosa na capital gaúcha. Faccioni diz que é medida de segurança não informar o paradeiro do francês. A prevenção, segundo o líder do MPA, deve-se aos assassinatos de dois prefeitos paulistas do PT e a hipótese de crime político.
Patrícia Comunello/ Redação Terra
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