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As razões específicas
que levam os adolescentes ao crime - quando cai a
massa salarial ou piora a distribuição
de renda - ainda são, para o economista Marcos
Lisboa, da Fundação Getúlio Vargas
do Rio (FGV/Rio), um assunto a ser mais bem estudado.
É evidente que esse é um problema que
afeta basicamente as camadas mais pobres da população.
"As crises desestruturam as famílias
e aumentam o incentivo para os filhos buscarem em
atividades criminosas a complementação
da renda familiar", diz, frisando que se trata
de uma interpretação e ainda há
muitas dúvidas sobre esses mecanismos de transmissão
entre o fator econômico e o crime.
O tráfico de droga, a atividade criminosa
central nas grandes metrópoles brasileiras,
é uma fonte imbatível de renda para
um adolescente pobre típico. "É
muito dinheiro", diz R.M., de 16 anos, envolvido
com tráfico de cocaína, que diz ganhar
R$ 380,00 por dia em uma boca de uma favela do subúrbio
carioca de Honório Gurgel.
Pode haver algum exagero no evidente orgulho adolescente
de R.M. ao discorrer sobre seus rendimentos, mas avaliações
de assistentes sociais apontam para ganhos diários
de iniciantes no tráfico que podem ir facilmente
além de R$ 100,00 por dia.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
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