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O papel dos museus no desenvolvimento da educação

Ao contrário de países da Europa, que respiram cultura, nosso país parece seguir em uma mão contrária em relação aos museus

12 out 2018 - 20h55
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Em 2018, o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) colocou a educação como tema da 12ª edição da Primavera dos Museus. O evento, que é uma temporada cultural realizada anualmente no início da primavera, tem o objetivo de promover, divulgar, valorizar os museus brasileiros e intensificar a relação com a sociedade. Celebrar a educação em museus é oportuno, especialmente no momento delicado e desafiador da área no país. Em junho, comemoramos os 200 anos da primeira instituição de musealização no Brasil, o Museu Nacional no Rio de Janeiro que, infelizmente, acabamos perdendo no trágico incêndio em 2 de setembro.

Entretanto, é válido aproveitarmos o cenário para tratar sobre a importância dos museus para uma nação. A educação museal colabora muito para o processo de preservação da memória, reforçando a construção de identidade de um povo, uma cidade e um país. É por meio dessas instituições que conseguimos manter um pouco de nossa história.

Na formação de crianças e adolescentes podemos destacar o papel relevante dos museus, principalmente vinculado à vida escolar. O contato desde cedo com essas organizações possibilita um desenvolvimento de cuidado e amor pela preservação cultural, além de senso crítico. A partir de visitas regulares, o universo de conhecimento se amplia significativamente, e a cada exposição o espectador tem a oportunidade de conhecer diferentes realidades sobre si e sobre seu povo.

Embora seja importante investir na educação e no espaço aberto, o museu não faz seu papel sozinho. É preciso existir um preparo para que os visitantes aproveitem plenamente as experiências, além de fazer sentido para crianças e adolescentes na

perspectiva da educação.

Os museus são agentes sociais e políticos, pois deixaram de ser meros coletores passivos de objetos organizados por tipologias, passando a interferir na totalidade do meio social, identificando temas de interesse da comunidade, evidenciando problemas e potencializando soluções, com portas abertas para apresentar o passado e o presente. Um exemplo é o Museu da Maré, no Rio de Janeiro, espaço social criado por um grupo de jovens moradores do bairro com o objetivo de criar uma autorrepresentação da comunidade, fortalecendo uma imagem positiva para a autoestima de quem faz parte dessa história local.

Ao contrário de países da Europa e América do Norte, que respiram cultura e preservação de patrimônio com museus ou monumento em cada cidadezinha, o nosso país segue em uma mão contrária, muitas vezes negando a existência e a importância desses equipamentos, negligenciando a guarda e a proteção desses acervos.

Com a comemoração dos 200 anos de museus no Brasil, não podemos perder a oportunidade de falar, abrir oportunidades para reflexões e agir em favor deste espaço que guarda a memória de um povo, ao mesmo tempo que aponta e trabalha para que as futuras gerações aprendam e mantenham a construção da história.

* Marcos Lima é coordenador do museu da Obra Salesiana no Brasil - Liceu Coração de Jesus

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