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Coronavírus

China se preocupa com fraqueza do consumo conforme economia se recupera da Covid-19

20 jan 2021 - 08h48
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A China vai avaliar alterar suas políticas econômicas para fazer com que os consumidores gastem mais, disseram assessores do governo depois que a vendas no varejo surgiram como o ponto fraco nos dados do Produto Interno Bruto (PIB), destacando a necessidade de reformas.

Supermercado de Xangai.  REUTERS/Aly Song/File Photo
Supermercado de Xangai. REUTERS/Aly Song/File Photo
Foto: Reuters

Eles disseram que embora o suporte ao emprego seja importante no curto prazo, reformas para ajudar a engordar as carteiras das pessoas são necessárias para aumentar os gastos domésticos --uma prioridade da estratégia de "dupla circulação" do presidente Xi Jinping para reduzir a dependência da China dos mercados externos.

"Precisamos discutir maneiras de aumentar a renda", disse Yao Jingyuan, assessor do gabinete chinês. "Quem não gasta se for rico?"

Os assessores são influentes em Pequim, e suas recomendações devem ser consideradas. Pedidos de aprofundamento das reformas para incentivar o consumo doméstico têm aumentado desde que Xi apresentou a estratégia de dupla circulação no ano passado.

Permitir mais migração para cidades, aumentar o salário mínimo e relaxar restrições como a que incide sobre a venda de carros em grandes cidades podem ser algumas das iniciativas avaliadas, disseram os assessores.

A economia da China cresceu 2,3% em 2020, de acordo com dados oficiais divulgados nesta semana, sendo provavelmente a única grande economia a expandir no ano passado.

Mas as vendas no varejo caíram 3,9% no ano, marcando a primeira contração desde 1968, e o consumo final pesou sobre o crescimento pela primeira vez em ao menos quatro décadas, segundo os dados.

De forma preocupante para as autoridades, as vendas varejistas subiram apenas 4,6% em dezembro na comparação anual, abaixo das expectativas e enfraquecendo pela primeira vez desde que passou a aumentar sustentadamente ante as perdas provocadas pela pandemia.

EMPREGOS

Os assessores disseram à Reuters que, para aumentar o consumo, a renda precisa subir. E para isso, os empregos são essenciais.

A taxa de desemprego oficial, que analistas econômicos dizem subnotificar as reais perdas de emprego, subiu com força no início do ano antes de ficar em 5,2% em dezembro.

Embora o setor exportador tenha visto um recente aumento das contratações, analistas dizem que a demanda no mercado de trabalho permanece fraca em certos setores, especialmente serviços.

"Devemos começar com a estabilização do emprego, porque só podemos aumentar a renda do cidadão comum quando o emprego estiver garantido", disse Xu Hongcai, vice-diretor da comissão de política econômica da Associação Chinesa de Ciência Política.

Xu disse que aumentar o salário mínimo, permitir que mais moradores rurais se mudem para as cidades e fortalecer as redes de segurança social vão ajudar a aumentar a renda, e portanto os gastos, no longo prazo.

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