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Degelo do Ártico é "bomba relógio econômica" de US$ 70 trilhões

24 jul 2013 - 14h58
(atualizado às 16h26)
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O derretimento do Ártico é uma "bomba relógio econômica" que pode causar um prejuízo equivalente ao tamanho da economia mundial em 2012 (US$ 70 trilhões), segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira em artigo na revista científica britânica Nature.

O estudo, realizado por pesquisadores das universidades de Roterdã (Holanda) e Cambridge (Inglaterra), calculou que a liberação de metano provocada pelo derretimento do permafrost - a camada de gelo permanente na superfície - poderia custar US$ 60 trilhões.

No entanto, os cientistas asseguram que se forem levados em conta outros impactos ambientais como a acidificação dos oceanos, o custo seria muito mais alto e superaria os US$ 70 trilhões, valor do Produto Interno Bruto (PIB) mundial no ano passado.

A região que é mencionada na pesquisa, situada no mar da Sibéria Oriental no norte da Rússia, foi estudada durante mais de dez anos e o derretimento da camada de permafrost liberou até 50 gigatons de metano. "O impacto global do aquecimento do Ártico é uma bomba relógio econômica", disse Gail Whiteman, um dos cientistas que lidera o estudo.

Segundo o relatório, 80% desse impacto seria suportado pelos países em desenvolvimento, já que eles sofrem as condições meteorológicas mais extremas causadas pela mudança climática, como as inundações e as secas.

Com os resultados, os pesquisadores pretendem fazer um pedido ao Fórum Econômico Mundial para que avalie os custos reais do derretimento do Ártico e influencie os líderes mundiais a "considerar esses impactos além do lucro a curto prazo com a extração de petróleo e gás" na região.

"O iminente desaparecimento do gelo oceânico no Ártico terá enormes consequências, tanto para a aceleração da mudança climática como para as economias e sociedades globais", acrescentou Whiteman.

Apesar de a pesquisa se concentrar apenas em uma pequena fração de toda a acumulação de metano que poderia haver no Ártico, para os cientistas essas quantidades são suficientes para fazer mudanças drásticas no clima.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/ciencia/infograficos/estacao-antartica/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/ciencia/infograficos/estacao-antartica/iframe.htm">veja o infográfico</a>
EFE   
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