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Queda de meteorito é comum, mas impossível de prever, diz astrônomo

Um meteorito atingiu hoje a região de Montes Urais, na Rússia, provocando pânico entre os moradores; ao menos 500 pessoas ficaram feridas

15 fev 2013 - 09h39
(atualizado às 10h11)
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Mais de 500 pessoas ficaram feridas após a queda do meteorito, que causou pânico na Rússia
Foto: STRINGER / REUTERS

Explosões no céu provocadas pela queda de um meteorito causaram pânico nesta sexta-feira na Rússia e deixaram ao menos 500 pessoas feridas. O fenômeno, no entanto, não é considerado raro, embora seja praticamente impossível prever quando e onde vai ocorrer. De acordo com o astrônomo Gustavo Rojas, representante do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) no Brasil, a queda de meteoritos acontece pelo menos uma vez ao ano.

"Esse tipo de fenômeno que vimos na Rússia acontece com uma certa frequência. O que não é comum é atingir uma área povoada", explica Rojas, que também é professor de astronomia na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Como mais de 70% da superífice da Terra é coberta por água, a probabilidade de que esses objetos atinjam áreas com população é pequena.

Vídeo mostra queda de meteorito de diferentes ângulos; veja:

Segundo o professor, é pouco provável que a queda do meteorito tenha relação com o asteroide 2012 DA14, de 45 metros de diâmetro, que deve passar "raspando" pela Terra no final da tarde de hoje. "Acho que nesse momento seria especulação falar em uma relação, acredito que tenha sido muito mais uma coincidência", diz Rojas, ao afirmar que a partir do enorme número de imagens obtidas da queda do meteorito será possível determinar a origem do objeto.

Ele ainda explica que é praticamente impossível prever a queda de um meteorito como o que atingiu a Rússia. "Ao longo do dia será possível estimar o tamanho da pedra, mas eu acredito que seja do tamanho de um carro, é muito pequeno para ser rastreado com antecendência". De acordo com Rojas, o asteroide de 45 metros que vai passar perto da Terra só foi identificado no ano passado. "Com objetos com massa muito menor, não existe tecnologia para localizar".

Só para ter uma ideia da dificuldade de identificar esses corpos celestes, estimativas da Nasa apontam que existam pelo menos 500 mil asteroides com mais de 40 metros "próximos" à Terra. No entanto, apenas 1% deles foram descobertos.

Meteoro e meteorito

Logo após o incidente na Rússia, chegou-se a afirmar que teria ocorrido uma chuva de meteoritos, o que foi descartado pelo governo russo. Segundo Rojas, o que aconteceu foi a queda de um objeto celeste, que se desintegrou nas camadas mais baixas da atmosfera. "Não houve uma chuva dos fragmentos. O que provocou os estragos e deixou vários feridos foi o impacto da pedra ao cruzar a atmosfera", disse Rojas ao explicar que, ao cruzar a atmosfera, o meteorito provoca uma onda de choque, uma forte pressão pelo deslocamento do ar.

Ele também afirma que meteoro é um fragmento de asteroide ou de um cometa que se desintegra na entrada da atmosfera terrestre. Já meteoro  representa o fenômeno luminoso. "A luz que sai quando o fragmento se choca com a atmosfera é o que chamamos de meteoro", completa.

Fonte: Terra
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