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Política

Senador boliviano dará entrevista coletiva nessa quarta-feira no Senado

26 ago 2013 - 17h40
(atualizado às 20h37)
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O senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina, 53 anos, está temporariamente em Brasília, na casa do advogado, no Lago Norte, bairro nobre da cidade
O senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina, 53 anos, está temporariamente em Brasília, na casa do advogado, no Lago Norte, bairro nobre da cidade
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O senador boliviano Roger Pinto, que chegou ao Brasil depois da fuga da embaixada brasileira em La Paz sem salvo-conduto do governo da Bolívia, será recebido na terça-feira no Senado, onde dará uma entrevista coletiva, informaram nesta segunda-feira fontes parlamentares.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), acompanhará a entrevista.

O senador boliviano se apresentou na embaixada brasileira na Bolívia alegando que era vítima de "perseguição" do presidente Evo Morales. Dez dias depois, ele recebeu do Brasil o status de asilado político, embora nunca tenha obtido o salvo-conduto que necessitava para abandonar seu país.

Segundo o governo Morales, o salvo-conduto não podia ser aprovado porque o senador é acusado de processos de corrupção, e já teria sido condenado em um deles a um ano de prisão.

Na sexta-feira, com o auxílio de diplomatas, Roger Pinto foi levado em um carro oficial da embaixada, e escoltado por soldados brasileiros até o lado brasileiro da fronteira.

De lá o senador boliviano viajou depois para Brasília em um avião privado fretado por Ferraço, que admitiu ter intercedido com a equipe diplomática em La Paz para que ajudassem na fuga.

O Itamaraty disse que só soube da saída de Roger Pinto no sábado, que vai investigar o assunto e que serão tomadas "medidas administrativas e disciplinares" cabíveis, o que deu a entender que houve uma irregularidade na fuga do asilado. Além disso, chamou para consultas o encarregado de negócios em La Paz, Eduardo Saboia.

Saboia chegou hoje a Brasília e, no aeroporto, admitiu que facilitou a fuga do senador por razões humanitárias. "Tomei a decisão porque havia um risco iminente para sua vida e uma ameaça à dignidade de uma pessoa", declarou aos jornalistas.

"Optei pela vida. Optei por proteger uma pessoa, um perseguido político, como a presidente Dilma foi durante a ditadura", acrescentou.

O governo boliviano exigiu "explicações" ao Brasil pela "fuga" do senador, a quem qualificou de "foragido".

Em La Paz, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, entregou hoje nota diplomática na embaixada do Brasil, na qual expressou a "profunda preocupação do governo pela transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional".

Choquehuanca assegurou que "não pode ser que, no amparo da imunidade diplomática, se transgridam normas nacionais e internacionais, facilitando neste caso a fuga, a saída irregular do país do senador Roger Pinto".

EFE   
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