Quem é quem na 'guerra dos bonés'? Veja os políticos que aderiram ao acessório
Lula, ministros do governo e parlamentares da base aliada posaram com boné escrito 'O Brasil é dos brasileiros'. Em resposta, aliados de Bolsonaro confeccionaram acessório com os dizeres 'Comida barata novamente. Bolsonaro 2026'
BRASÍLIA - Desde sábado, 1.º, bonés estão tomando conta do cenário político em Brasília. O uso do acessório com os dizeres "O Brasil é dos brasileiros" por governistas no Congresso no dia das eleições para as presidências da Câmara e do Senado provocou reação. Nesta segunda-feira, 3, opositores ao governo Lula vestiram o item com as frases: "Comida barata novamente. Bolsonaro 2026?.
O modelo do boné é uma referência ao distribuído por Donald Trump, nos Estados Unidos, com o lema "Make America Great Again" (Torne a América Grande de Novo, em português).
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou na "guerra dos bonés" e publicou nesta terça-feira, 4, um vídeo utilizando o item azul - o primeiro usado pelos governistas. Até o início desta noite, a gravação feita no Palácio do Planalto, com oito segundos de duração, teve 1,8 milhão de visualizações e 180 mil curtidas no Instagram.
Os ministros licenciados do governo Lula para votar nas eleições do Congresso foram os primeiros a exibir o boné azul. Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) circulavam pelo Legislativo, no sábado, ao lado do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), com o acessório.
Na ocasião, Padilha afirmou que a frase "O Brasil é dos brasileiros" foi cunhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, a pedido dele. "Foi um sucesso", disse.
Os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) também usaram o boné.
Entre os senadores, além de Randolfe, também apareceram com o item Beto Faro (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE), Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Teresa Leitão (PT-PE).
Nesta segunda, o uso do boné ganhou contornos de "batalha". Além do boné azul, os governistas usaram versões do item nas cores verde e amarela.
Na Câmara, os deputados que usaram a peça foram Airton Faleiro (PT-PA), Alfredinho (PT-SP), Ana Paula Lima (PT-SC), Ana Pimentel (PT-MG), Benedita da Silva (PT-RJ), Camila Jara (PT-MS), Dilvanda Faro (PT-PA), Érika Kokay (PT-DF), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Jack Rocha (PT-ES), Juliana Cardoso (PT-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Luciene Cavalcante (PSOL-SP), Pedro Uczai (PT-SC), Rogério Correia (PT-MG) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Como resposta à iniciativa da base do governo Lula, o novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), confeccionou bonés também nas cores verde e amarela, provocando o Executivo.
A oposição também levou para o plenário uma embalagem de café chamada "Nemcafé", parodiando o nome de uma marca famosa do ramo, e uma foto de Bolsonaro em uma embalagem de carne com os dizeres: "Picanha Black".
Os deputados que utilizaram o boné distribuído por Sóstenes foram Bia Kicis (PL-DF), Daniela Reinehr (PL-SC), Giovani Cherini (PL-RS), Luciano Zucco (PL-RS), Luiz Lima (PL-RJ), Messias Donato (Republicanos-ES), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Zé Trovão (PL-SC).
O líder do PL na Câmara disse, em publicação no Instagram, que a iniciativa foi uma resposta direta a Padilha e Sidônio. O parlamentar também mostrou como foi a distribuição das peças no gabinete da liderança do partido.
"Um recado para o Brasil todo aqui. Comida barata novamente, Bolsonaro 2026. Ninguém aguenta mais pagar café caro. Nem picanha nem café", disse Sóstenes.
A "briga" na Câmara foi rebatida pelo novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça.
"Para mim, boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do País. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta para pensar em como ajudar o Brasil a ir para frente", escreveu Motta em publicação no X (antigo Twitter).
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