Malafaia visita Bolsonaro na UTI e critica Moraes por entrega de intimação no hospital
Hospital e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro não recomendam visitas; ex-presidente está internado na UTI há dez dias
BRASÍLIA - O pastor evangélico Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, visitou nesta quarta-feira, 23, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. O ex-chefe do Executivo se recupera de uma cirurgia realizada no último dia 13.
Após o encontro, o líder religioso criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pela intimação de Bolsonaro sobre a abertura da ação penal do plano de golpe. O oficial de Justiça esteve no quarto onde o ex-presidente está internado.
Além de Malafaia, Bolsonaro recebeu a visita do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nesta terça-feira, 22. O ex-presidente está na UTI há dez dias após fazer uma complexa cirurgia no intestino.
A recomendação da equipe médica em acordo com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é que o ex-presidente não receba visitas.
No início da tarde desta quarta, uma oficial de justiça foi ao hospital entregar uma intimação para comunicar, oficialmente, que Bolsonaro se tornou réu por tentativa de golpe de Estado. Segundo o tribunal, a data foi considerada adequada após o ex-presidente participar de uma live, na UTI, para propagandear as vendas de um capacete.
Ao Estadão, Malafaia atacou Moraes e chamou a ação de "cretinice". O pastor evangélico disse que o ex-presidente não poderia ter sido intimado sem ter recebido alta hospitalar.
"A conversa (na UTI do hospital) foi sobre o absurdo, a cretinice de Alexandre de Moraes em mandar uma oficial de Justiça dando prazo de cinco dias (para manifestação). Quem diz que um paciente está em estado grave ou não, não é porque ele dá uma entrevista, é o médico", afirmou Malafaia.
Na noite desta terça-feira, 22, Bolsonaro participou intitulada "Super Live do Capacete Bolsonaro - com Nelson Piquet", que contou com a participação dos três primeiros filhos do ex-presidente: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além do tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet.
Na transmissão, Bolsonaro falou diversas vezes enquanto estava com um aparelho médico que auxilia a respiração e a alimentação. O ex-presidente ironizou as urnas eletrônicas e afirmou que pretende receber alta do hospital na próxima segunda-feira, 28.
Segundo boletim do Hospital DF Star divulgado nesta terça, Bolsonaro apresenta "sinais efetivos de movimentação intestinal" e permanece em estado clínico estável. Nesta semana, ele retirou os drenos do abdome e teve o curativo da incisão cirúrgica trocado. Não há previsão para o ex-presidente receber alta da UTI.
Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi feito após o ex-presidente passar mal, no dia 11, em compromisso no interior do Rio Grande do Norte. Ele teve uma obstrução devido a uma dobra no intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal.
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