Governo retoma agenda da economia solidária com conferência nacional em Brasília
4ª Conaes reúne representantes de cooperativas e movimentos sociais para discutir novo plano nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na noite desta quarta-feira,13, da cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes), realizada no Palácio do Planalto. O evento marca a retomada da conferência após um hiato de mais de dez anos e reúne representantes de cooperativas, associações e movimentos ligados à economia solidária.
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Durante seu discurso, o presidente reforçou a importância da organização popular, criticou a extinção de políticas sociais em governos anteriores e destacou o papel dos trabalhadores na construção da economia brasileira.
O presidente também criticou a extinção de ministérios importantes, como o das Mulheres e o dos Direitos Humanos, durante a gestão anterio.
“Quando eu assumi a Presidência da República em 2022, não encontramos mais o Ministério das Mulheres, nem o dos Direitos Humanos. Alguém colocou na cabeça que muito ministério gasta muito dinheiro. Mas vocês sabem que, se tem algo barato para o governo, são justamente esses ministérios.”
Em tom de defesa da inclusão e da justiça social, Lula destacou a necessidade de garantir oportunidades. “Temos que provar, todo dia, que ninguém é inferior a ninguém", disse.
Economia solidária volta à pauta nacional
A economia solidária surgiu no Brasil entre o fim dos anos 1980 e o início da década de 1990, como alternativa de organização do trabalho baseada na cooperação, autogestão e inclusão social. Hoje, inclui cooperativas, associações, grupos de agricultura familiar, bancos comunitários e, mais recentemente, iniciativas de trabalhadores de aplicativos, que buscam modelos alternativos ao proposto pelas grandes plataformas digitais.
Em abril deste ano, representantes do Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES) se reuniram com o presidente Lula para cobrar a regulamentação da Lei da Economia Solidária, aprovada em 2024, mas que ainda aguarda avanços em sua implementação.
Segundo o secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, o retorno da conferência representa um esforço coletivo pela reconstrução de políticas públicas no setor. A expectativa é de que os debates resultem em diretrizes para fortalecer a economia solidária como estratégia de desenvolvimento sustentável e geração de renda.