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Política

Escuta da PF liga Cachoeira a título de 2011 da Beija-Flor

29 abr 2012 - 15h45
(atualizado às 17h38)
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A Polícia Federal flagrou, na Quarta-feira de Cinzas do ano passado, uma conversa do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira que indica que o título de 2011 da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis teria sido uma "mutreta". De acordo com o inquérito enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a vitória da agremiação fluminense seria proveniente de um "tipo de negócio" com o contraventor.

O inquérito traz um comentário da Polícia Federal sobre a ligação, que foi feita às 18h29 do dia 9 de março de 2011, a Quarta-feira de Cinzas do Carnaval do ano passado. Segundo a PF, o telefonema é entre Cachoeira e um homem identificado como Santana.

"Falam sobre a vitória da BEIJA-FLOR, a escola de samba na qual CARLINHOS tem um tipo de 'negócio'. CARLINHOS confirma que teve mutreta para obterem (sic) a vitória. Combinam de tomar café amanhã e chamar ELIAS que é jornalista", diz a íntegra da descrição.

No ano passado, a Beija-Flor de Nilópolis ganhou a competição entre as escolas de samba com um samba-enredo que homenageou o cantor Roberto Carlos. O Terra contatou membros da Beija-Flor no barracão da escola, mas foi informado de que a agremiação só se manifestaria depois do feriado.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Congresso instala CPMI do Cachoeira; veja integrantes:
Fonte: Terra
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