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Política

Do choque da morte de Bruno Covas ao desafio da reeleição: Ricardo Nunes aposta em 'realizações'

De perfil discreto, com poucos arroubos, prefeito abraça Bolsonaro, mas rechaça polarização na campanha; prefeito estreia série de perfil do Estadão com os pré-candidatos à Prefeitura de SP

3 mar 2024 - 17h11
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"Ricardo, vou pedir 30 dias de licença. Confio em você. Até breve".

"Bruno, fique tranquilo".

A troca de mensagens ainda está salva e guardada no celular do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), eleito como vice na chapa de Bruno Covas, que morreu aos 41 anos, no dia 16 de maio de 2021, vítima de um câncer no aparelho digestivo. "Nunca havia mostrado essa mensagem", diz Nunes. Antes dela, Covas lhe telefonara chorando muito para dizer que estava sendo internado novamente. O tratamento que fizera no começo daquele ano não tinha dado certo.

Bruno, do PSDB, fora reeleito em 2020 derrotando o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Nunes, vereador até o início daquele ano, era um nome não muito cotado na bolsa de apostas, mas com quem Bruno tinha uma boa relação e a lembrança de um pedido feito em 2019. Nesse ano, se elegera presidente do Diretório do MDB e, em uma das conversas entre ambos, sugeriu que gostaria de compor a futura chapa como candidato a vice. Naquele momento, o tucano considerou que era cedo para tratar do assunto. Mas, tão logo foi decidido que concorreria à reeleição, telefonou a Nunes e fez o convite. "Quando ele me falou, eu chorei. Sempre tive muita admiração por ele, tinha ele como um ídolo", diz.

Ricardo Luis Reis Nunes tem 56 anos, nasceu em São Paulo, filho de um imigrante português, Luis Nunes, e da mineira Maria do Céu. É o mais velho de quatro irmãos (a mais nova já faleceu). É casado com Regina, tem três filhos e um netinho de um ano e seis meses. A família de Nunes morava no bairro de Santo Amaro e ele estudava no Colégio Jesus, Maria, José, fundado em 1919, por uma comunidade de irmãs portuguesas. Tinha uma vida de classe média confortável, até que o pai resolveu vender quase tudo o que tinham para montar uma empresa em Cananéia, no extremo sul do litoral de São Paulo, considerada um dos primeiros povoados do Brasil. Era uma empresa de ônibus, blocos de construção e oficina mecânica.

Nunes é grato a Bolsonaro pela negociação da dívida de São Paulo. "Eu tinha uma dívida de R$ 25 bilhões e pagava por mês R$ 280 milhões. Graças ao Bolsonaro, renegociamos e pudemos deixar de pagar esse valor mensal", explicou o prefeito.

Mas Nunes não gostou das críticas do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao apoio de Bolsonaro. Lembrou que quase todo o seu secretariado e seus auxiliares diretos - do chefe de gabinete às secretárias formam escolhidas por Bruno Covas. "Como é que o PSDB vai falar contra mim? Contra o governo dele? Às vezes as pessoas querem ficar só olhando a grama dos outros", diz.

Além do apoio do ex-presidente, Nunes tem um forte apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que foi ministro de Bolsonaro. "Temos uma ótima relação de trabalho e de amizade. Trabalhamos de uma forma muito parecida, com metas, planejamento. Tarcísio é um cara fantástico, uma das pessoas mais preparadas que conheço, com uma capacidade profissional e emocional extraordinárias", elogia.

Na campanha, Nunes acredita que suas realizações vão ajudá-lo a mostrar que é o melhor candidato para seguir administrando a cidade. "Meu adversário nunca cuidou nem de um carrinho de hot dog. Nós temos 1.300 obras sento tocadas. Não vamos conseguir a perfeição. Mas vamos mostrar que a cidade tem rumo. Eu vou ganhar a eleição", afirma.

Estadão
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