Dilma precisa fazer reforma política para retomar crescimento, diz NYT
A presidente Dilma Rousseff "precisa avançar com reformas políticas e projetos de investimentos públicos para retomar o crescimento" do Brasil, disse o jornal americano New York Times em editorial publicado na terça-feira. O periódico afirmou que, "após uma década de crescimento rápido e aumento de renda, o Brasil atingiu uma fase difícil que está testando a habilidade do governo de gerir a economia e satisfazer as crescentes aspirações de seu povo".
O jornal destacou o baixo desempenho econômico brasileiro, como o crescimento de 0,9% em 2012. O NYT também lembrou os motivos da onda de protestos do mês de junho. "Em resposta aos protestos, a senhora Rousseff disse que iria pressionar por reformas políticas e investimentos em infraestrutura, mas o governo dela ainda não entregou essas promessas."
O editorial do jornal lembrou programas do governo federal, como o Bolsa Família. "O Brasil teve ganhos significativos com a senhora Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. (...) Cerca de 8% dos brasileiros viviam com menos de US$ 2 por dia no ano passado, menos do que os 20% (que viviam nessas condições) 10 anos antes. A mortalidade infantil caiu cerca de 50%."
Porém, o NYT criticou a falta de infraestrutura e o alto custo de vida nas áreas urbanas do Brasil. "Pessoas que vivem em cidades como São Paulo pagam mais por alimentação, habitação e outros bens básicos do que pessoas de outros países semelhantes. Uma grande razão para os altos preços é que o governo não construiu estradas, ferrovias, portos e outras infraestruturas o suficiente para manter o crescimento da economia", disse o texto.
Educação e Mais Médicos
O jornal americano afirmou, em seu editorial, que o Brasil "também precisa reformar seu sistema educacional, que faz um fraco trabalho preparando jovens para empregos qualificados nos setores de serviços e indústria".
Segundo o NYT, o "Brasil tem uma escassez tão crônica de profissionais que o governo está planejando importar médicos de outros países" - em referência ao programa Mais Médicos. "Essa pode ser uma boa solução temporária, mas o governo precisa construir mais universidades e melhorar o ensino em escolas primárias e secundárias para garantir que mais estudantes possam buscar o ensino superior."