Com saída de Jair Bolsonaro, Brasil avança em ranking de liberdade de expressão, mostra relatório
Segundo dados do Global Expression Report 2024, País subiu 46 posições no ranking que mede a liberdade de expressão em 2023, configurando o maior avanço mundial entre os 161 países aferidos
O Brasil foi o país que registrou o maior avanço mundial no ranking que mede a liberdade de expressão em 161 países. Os dados relativos a 2023 são do relatório Global Expression Report 2024, produzido pela organização Artigo 19, sediada em Londres.
O ranking vai de 0 a 100 pontos e mensura a liberdade de expressão por meio de 25 variáveis, como leis, direitos digitais, liberdade de mídia, religiosa, partidária, entre outros. Essa pontuação coloca os países em uma das cinco categorias desenvolvidas pelos pesquisadores: aberto, menos restrito, restrito, altamente restrito ou crise.
No último relatório, o Brasil estava em 81º lugar no ranking mundial, com 55 pontos. Agora, passou para a 35ª posição, com o aumento de 26 pontos, chegando a pontuação de 81. O avanço foi de 46 posições no ranking e fez com que o País saísse da categoria "restrito" e passasse a integrar a "aberto", considerada a com maior liberdade de expressão.
No continente americano, o Brasil está em 9º no ranking, atrás de países como Jamaica, Chile e Estados Unidos. No topo da lista estão Canadá, Argentina e Costa Rica. Na classificação mundial, ocupam os primeiros lugares Dinamarca, Suíça, Suécia, Bélgica e Estônia.
A guinada brasileira coincide com a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Presidência da República, período em que ataques a jornalistas desempenhando sua função aumentaram pelo País, com casos de violência física e verbal, como mostrou o Estadão.
O ranking brasileiro se mantinha mais ou menos estável desde o começo da apuração, nos anos 2000, até 2015. Em 2016, o País caiu da 33ª para a 61ª posição. Nos anos seguintes a trajetória para baixo se acentuou em 2018 e 2019, os primeiros do governo Bolsonaro, quando o Brasil chegou a figurar as posições 79 e 81, piores até então registradas, e entrou na categoria "restrito", a terceira pior do índice.
Confira o ranking completo:
- Dinamarca
- Suíça
- Suécia
- Bélgica
- Estônia
- Noruega
- Finlândia
- Irlanda
- Alemanha
- Islândia
- Portugal
- Áustria
- Nova Zelândia
- Canadá
- Argentina
- Espanha
- República Checa
- Itália
- Letônia
- Costa Rica
- Uruguai
- França
- República Dominicana
- Holanda
- Vanuatu
- Estados Unidos da América
- Chile
- Jamaica
- Austrália
- Japão
- Lituânia
- Eslovênia
- Reino Unido
- Eslováquia
- Brasil
- Malta
- Honduras
- Taiwan
- Chipre
- Grécia
- Moldávia
- Bulgária
- Botsuana
- Gana
- A Gâmbia
- Kosovo
- África do Sul
- Montenegro
- Papua-Nova Guiné
- Namíbia
- Peru
- Zâmbia
- Timor-Leste
- Geórgia
- Paraguai
- Romênia
- Croácia
- Serra Leoa
- Israel
- Libéria
- Quênia
- Coreia do Sul
- Malauí
- Bósnia e Herzegóvina
- Armênia
- Albânia
- Colômbia
- Macedônia do Norte
- Polônia
- Benim
- Lesoto
- Bolívia
- Níger
- Senegal
- Equador
- Não divulgado
- Nepal
- Mongólia
- Costa do Marfim
- Nigéria
- Tunísia
- Indonésia
- Fiji
- Tanzânia
- Gabão
- Guatemala
- Haiti
- Hungria
- Maldivas
- Sérvia
- Madagáscar
- Moçambique
- Líbano
- Sri Lanka
- Mali
- Angola
- Malásia
- Filipinas
- Ucrânia
- Togo
- Burkina Faso
- República Centro-Africana
- Butão
- Marrocos
- Mauritânia
- Kuwait
- Somália
- Paquistão
- Iraque
- Líbia
- El Salvador
- Cingapura
- Quirguistão
- Jordânia
- Camarões
- República Democrática do Congo
- Palestina
- Tailândia
- Uganda
- Cazaquistão
- Zimbábue
- Guiné
- Índia
- Chade
- Hong Kong (China)
- Etiópia
- República do Congo
- Bangladesh
- Argélia
- Ruanda
- Iêmen
- Uzbequistão
- Burundi
- Sudão
- Camboja
- Omã
- Venezuela
- Vietnã
- Turquia
- Azerbaidjão
- Essuatíni
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Bahrein
- Sudão do Sul
- Catar
- Guiné Equatorial
- Rússia
- Irã
- Arábia Saudita
- Tadjiquistão
- Cuba
- Mianmar
- Síria
- Afeganistão
- China
- Turcomenistão
- Bielorrússia
- Nicarágua
- Eritreia
- Coreia do Norte
Segundo outro levantamento divulgado início do mês, o Brasil avançou dez posições no ranking que mede a liberdade para se reportar em 180 países. O levantamento anual feito pela organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) colocou o País no 82º lugar, melhor marca alcançada nos últimos dez anos.