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Política

Ao som de MC Reaça, manifestantes fazem ato pró Moro no RJ

Apoiadores do governo ocupam cerca de seis quadras da Avenida Atlântida, em Copacabana, no Rio de Janeiro

30 jun 2019 - 14h24
(atualizado às 14h49)
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Com oito carros de som, dois guindastes com grandes bandeiras do Brasil e quase na totalidade vestidos de verde e amarelo, apoiadores do governo Bolsonaro ocupam desde um pouco antes das 10h deste domingo cerca de seis quadras da Avenida Atlântica, em Copacabana, em apoio ao ministro Sergio Moro e gritando palavras de ordem contra o STF, o Congresso e o PT.

Manifestantes em ato pró Moro e Bolsonaro em Copacabana, Rio de Janeiro
Manifestantes em ato pró Moro e Bolsonaro em Copacabana, Rio de Janeiro
Foto: Luiz Gomez/ Foto Arena/ Estadão Conteúdo / Estadão Conteúdo

Patrocinado pelos mesmos movimentos que estavam ao lado de Bolsonaro na campanha eleitoral — MBL, Vem pra rua e Endireita Brasil —, o manifesto nascido pra apoiar o ministro da Justiça, Sergio Moro, acusado pelo site Intercept de abuso de poder na Operação Lava Jato, tem como uma das trilhas sonoras o MC Reaça, que se suicidou após espancar a amante, revezando espaço com as palavras de ordem e o Hino Nacional.

"O STF é uma vergonha", "Rodrigo Maia se acha 1º ministro", "Fora PT" e a velha política, e até mesmo críticas ao Nióbio, recentemente alvo de uma "live" na internet do presidente Bolsonaro, faziam a festa das pessoas que vieram prestigiar o ministro Moro em um típico dia de "veranico", com sol e calor de mais de 30 graus na orla de Copacabana.

De acordo com um dos coordenadores do MBL, Carlos Eduardo Moraes, o evento ficará parado e tem por objetivo chamar também a atenção para a necessidade da aprovação da reforma da Previdência, além de apoio ao decreto das armas e a redução da maioridade penal. A previsão é de que o evento dure pelo menos toda a manhã, segundo Moraes.

Tensão

A presença de carros de som e de integrantes do movimento MBL na manifestação de apoio ao ministro da Justiça, Sergio Moro, na praia de Copacabana, está sendo criticada por boa parte dos apoiadores do ex-juiz e causou há pouco um pequeno tumulto que precisou da intervenção da polícia.

Apesar de rapidamente solucionado, o clima contra o MBL é tenso e eleitores do Bolsonaro que não fazem parte do movimento fazem questão de gritar "traidores" e "vendidos" ao passar pelos carros de som patrocinados pelo movimento antes liderado pelo hoje deputado federal Kim Kataguiri.

De acordo com o técnico em segurança do trabalho, Henrique Andrade, 44, uns dos que gritavam em frente ao carro de som contra o MBL, o movimento mudou depois que assumiu cargos públicos e agora "estariam se vendendo" no Congresso.

"Eu acompanho o MBL desde o começo e não reconheço mais, estão se vendendo para o Freixo, para o Eduardo Cunha, para o Rodrigo Maia", disse ao Estadão."Eles (MBL) vão ter que fazer muito para limpar a barra deles com a gente", completou.

Outra crítica ao MBL é de que não compareceu à última manifestação de apoio ao presidente Bolsonaro. Andrade defendeu Moro contra as acusações feitas pelo site Intercept e afirmou que "os fins justificam os meios", dando respaldo ao suposto abuso do poder de Moro denunciado pelo veículo.

De cima do carro de som, representantes do MBL criticaram a "divisão que a direita quer fazer" e colocaram em seguida músicas em linha com os apoiadores do ex-capitão, como a que diz que "só quer uma arma pra se defender" seguida de "o Congresso Nacional, a vergonha do Brasil", que também critica o STF.

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