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Política

Campos reforça ataque de Marina a Aécio e dispara contra Dilma

13 mai 2014 - 13h32
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O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, reforçou nesta terça-feira os ataques da ex-ministra Marina Silva ao presidenciável do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), e disparou contra o governo da presidente Dilma Rousseff.

"Não é uma mudança na campanha, é uma análise em função da realidade. Nas três últimas eleições, houve segundo turno entre PT e PSDB e o PT saiu vitorioso em todos os confrontos", afirmou Eduardo Campos a jornalistas após participar de evento em São Paulo.

Futura companheira de chapa de Campos na eleição, a ex-senadora Marina Silva disse que o PSDB de Aécio "tem cheiro da derrota no segundo turno", em recente entrevista à Folha de S.Paulo.

A declaração gerou resposta do tucano, que afirmou ter "se especializado em derrotar" o PT nas últimas eleições tanto para o governo de Minas Gerais quanto para o Senado Federal.

A troca de farpas foi vista como o fim do clima amistoso vivido entre as pré-campanhas do PSDB e PSB. Os dois partidos promoveram um pacto de não-agressão velado para focar os ataques ao governo Dilma.

Apesar de ter defendido a postura de sua parceira, Campos citou o nome de Marina apenas pontualmente no discurso de pouco mais de 20 minutos para lembrar que ele busca renovar a forma de se fazer política em Brasília.

Nesse sentido, Campos voltou a dizer que pretende ganhar o apoio do bloco do PMDB histórico e crítico ao governo Dilma, encabeçado pelos senadores Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS). Ambos manifestaram intenção de apoiá-lo.

"Vou conversar com o Jarbas. As pessoas do PMDB mais histórico, incluindo pessoas mais novas, com posição crítica ao governo estão conversando sobre a possibilidade desse conjunto tomar uma posição comum e não fazer gestos isolados. Algo coordenado", disse Campos a jornalistas.

Além desse grupo do PMDB, que é minoritário e tem mantido firme posição contra Dilma, a presidente vive uma relação turbulenta com o partido, que cobra mais espaço na pré-campanha e no governo para manter o apoio formal à candidatura petista.

ATAQUES À DILMA E CONSELHO FISCAL

Em seu discurso Campos disse ser preciso trocar o atual governo formado por pessoas "incompetentes" e prometeu criar um conselho de responsabilidade fiscal.

"Para ganhar 2015, é fundamental que a vitória comece em 2014 tirando o governo que está aí, um governo que gera descrença nas instituições, que gera paralisia no investimento", disse o ex-governador de Pernambuco durante evento em São Paulo.

"A crise não é de fundamentos macroecômicos, é de confiança porque o governo interfere em regras, muda as regras e perturba a capacidade de investimento em setores importantes do Brasil", acrescentou.

Campos afirmou que os fundamentos da economia são fortes mas voltou a defender a necessidade de realizar um rearranjo na economia para combater a alta dos preços, que tem flertado com o teto da meta de inflação --de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais de tolerância--, retomar o controle da política fiscal e dar autonomia para o Banco Central conduzir a política monetária.

Para melhorar a gestão da política fiscal, o pré-candidato do PSB prometeu instalar um conselho de responsabilidade fiscal para dar transparência e ser fiscalizador da disciplina dos gastos públicos.

Campos criticou a escolha política de pessoas "incompetentes" para comandar importantes áreas da economia.

"O arranjo de 39 ministérios, distribuído com partidos sem uma discussão por competência, com gente incompetente gerindo áreas que não sabe gerir, é uma conta que não fecha", disse.

(Reportagem de Tiago Pariz)

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