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Figueiredo se reúne com Ban Ki-moon; espionagem pode estar na pauta

13 set 2013 - 16h55
(atualizado às 16h58)
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O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, que viajou aos Estados Unidos para cobrar explicações e buscar soluções junto ao governo americano para a crise gerada pelas denúncias de espionagem à presidente Dilma Rousseff e à Petrobrás, se reuniu com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon na quinta-feira. O Ministério das Relações Exteriores não revelou o teor da conversa entre Figueiredo e Moon. As informações são da agência Ansa.

Uma hipótese é de que um dos temas conversados tenha sido a questão da espionagem da NSA. Em julho deste ano, Figueiredo, quando era embaixador do Brasil na ONU, já alertava sobre a necessidade de privacidade no uso dos telefones e da internet. Daqui a duas semanas haverá a assembleia da ONU, na qual o discurso de abertura caberá à presidente Dilma, que busca alianças para apresentar um projeto de regulamentação internacional da espionagem na internet.

Durante a reunião na cúpula do G20, no início do mês, em São Petersburgo, na Rússia, Dilma cobrou do presidente Barack Obama explicações formais sobre a denúncia. A Casa Branca soltou uma nota evasiva, na qual dizia apenas que as preocupações brasileiras eram "legítimas".

"A conselheira de Segurança Nacional transmitiu ao ministro Figueiredo que os EUA compreendem que as recentes revelações à imprensa, das quais algumas têm distorcido as nossas atividades e outras têm gerado questões legítimas pelos nossos amigos e aliados, criam tensões na muito estreita relação bilateral com o Brasil", diz a nota.

Espionagem americana no Brasil

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Fonte: Terra
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