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Com espionagem na pauta, secretário de Estado dos EUA chega ao Brasil

13 ago 2013 - 03h50
(atualizado às 07h15)
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O secretário de Estado americano, John Kerry, desembarcou em Brasília à 0h25 desta terça-feira. Kerry faz nesta terça-feira sua primeira visita oficial ao Brasil, na qual tentará superar o desgaste gerado por suas declarações sobre a América Latina e abordará o escândalo provocado pelas denúncias de espionagem eletrônica a vários países.

O secretário de Estado norte-americano passa o dia hoje em Brasília para uma série de reuniões. Apesar da tensão envolvendo as acusações de espionagem, assessores que preparam a visita, garantem, porém, que o mal-estar não ofuscará a discussão de vários temas bilaterais comuns – como inovação, tecnologia e ciência.

Uma equipe de funcionários do governo dos Estados Unidos passou a manhã de ontem no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, para rastrear os locais por onde o secretário passará. Os norte-americanos querem garantir que há segurança suficiente em caso de protestos mais intensos, como o ocorrido em junho quando o Itamaraty foi alvo de vândalos que destruíram vidraças e algumas peças do prédio.

No Itamaraty, entretanto, a segurança para a visita de Kerry será a mesma organizada para todos os chanceleres estrangeiros. O esquema é feito por seguranças internos, que trabalham rotineiramente no Itamaraty, pela guarda de representação que é formada por fuzileiros navais e pela Polícia Militar, que é responsável pela segurança do lado de fora do prédio.

Kerry chega ao Brasil, depois de passar pela Colômbia. Até a noite de ontem, ainda era negociado um encontro dele com a presidente Dilma Rousseff na tarde de hoje. Em Brasília, Kerry tem reunião, às 9h, na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, depois conversa com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e segue para o Itamaraty, para encontros com o chanceler Antonio Patriota. Ele concederá entrevista coletiva às 13h.

O secretário norte-americano está no Brasil no momento em que as autoridades brasileiras aguardam mais informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA).

No cargo há seis meses, Kerry provocou críticas dos governos latino-americanos ao se referir à América Latina como “quintal”. Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, reagiram aos comentários cobrando explicações. Mas as autoridades brasileiras preferiram minimizar os efeitos do comentário, ao interpretar que houve uso indevido de palavra e não uma agressão.

O esforço dos assessores brasileiros e norte-americanos é para que a visita de Kerry tenha resultados positivos. Nos últimos cinco anos, o fluxo de comércio entre os Estados Unidos e o Brasil aumentou 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões. Os Estados Unidos são o país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010. Em 2012, os Estados Unidos foram o maior investidor estrangeiro no Brasil.

Fonte: Terra
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