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RS: projeto quer impedir que ciclovias tirem espaço de carro

Proposta tem provocado reações em meio aos ciclistas

16 set 2014 - 11h26
(atualizado às 11h50)
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Ciclistas reclamam de obstáculos que prejudicam a fluidez de quem usa essas vias com bicicleta
Ciclistas reclamam de obstáculos que prejudicam a fluidez de quem usa essas vias com bicicleta
Foto: Cristine Rochol / PMPA

Um projeto em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre visa mudar o Plano Diretor Cicloviário impedindo a criação de novas ciclovias caso isso acarrete na redução de faixas destinadas para o trânsito de veículos. O autor da proposta, vereador Carlos Nedel (PP), justifica que não é contra as bicicletas e que a ideia é obrigar o planejamento do poder público para a criação de novas vias para ciclistas.

“Porto Alegre é uma cidade muito antiga, não planejada, e tem situações que criam alguma dificuldade de trânsito. São 800 mil carros e entre 20 e 30 mil motocicletas circulando diariamente, o que torna o trânsito bem difícil... algumas ciclovias propostas e executadas vêm diminuindo as pistas de rolamento de veículos motorizados e isso tem agravado nosso problema de trânsito”, justifica o legislador municipal.

Ciclovia construída em frente a prefeitura reduziu espaço de veículos
Ciclovia construída em frente a prefeitura reduziu espaço de veículos
Foto: Cristine Rochol / PMPA

De acordo com a proposta, para implementar as novas ciclovias a pista de rolamento dos carros deverá ser alargada, e caso isso não seja possível, deve-se avaliar a possibilidade de fazer isso no passeio de pedestres quando houver espaço para ambos.

De acordo com Nedel o projeto não impede a ampliação das ciclovias, apenas obriga a prefeitura a planejar melhor a criação das novas vias, já que o Plano Cicloviário prevê a criação das ciclovias ao lado do passeio público.

Ciclovia construída ao lado do passeio público em frente ao estádio Beira Rio em Porto Alegre
Ciclovia construída ao lado do passeio público em frente ao estádio Beira Rio em Porto Alegre
Foto: Thalles Campos / PMPA

“Já existe uma lei que diz que toda via a ser alargada já deve conter espaço para as ciclovias, e isso dará um incremento muito grande, porque, normalmente, são vias estruturais de longo e médio percurso... com uma lei regulamentando, pedindo um maior planejamento”, justifica o vereador, se dizendo preocupado com a segurança daqueles que utilizam a bicicleta como meio de transporte em Porto Alegre.

Mas a proposta promete trazer muita discussão no legislativo municipal.  O vereador Marcelo Sgarbossa (PT), um cicloativista é contra o projeto de Nedel, porque, segundo ele, isso atrasaria ainda mais a implantação das ciclovias na capital gaúcha.

Prefeito de POrto Alegre, José Fortunati, percorre ciclovia construída em cima de passeio público na av. Ipiranga
Prefeito de POrto Alegre, José Fortunati, percorre ciclovia construída em cima de passeio público na av. Ipiranga
Foto: Cristine Rochol / PMPA

“Dos 400 quilômetros planejados, pouco mais de 20 quilômetros saíram do papel depois de cinco anos, e as poucas ciclovias que temos já são feitas assim (ao lado do passeio de pedestre)... não é a lei do Nedel que vai mudar o que a prefeitura vem fazendo”, critica Sgarbossa.

Em Porto Alegre poucas são as ciclovias que foram criadas diminuindo o espaço de circulação dos carros. Alguns exemplos são as avenidas 7 de Setembro, no centro, e a José do Patrocínio, no bairro Cidade Baixa.

Entretanto, a principal crítica dos ciclistas, como explica Sgarbossa, é a falta de uma decisão política do Executivo municipal, que não define qual será o meio de transporte priorizado, uma vez que as ciclovias são criadas de forma a não prejudicar o trânsito, mas ao mesmo tempo, terminam por atrapalhar a fluidez dos ciclistas no trajeto com a criação de obstáculos, o que faz com que muita gente prefira se arriscar em meio aos carros.

“É uma decisão política que deve ser tomada, que envolve priorizar algum modal. Porque é o espaço que tem, e não tem como destruir meia cidade, tem que tomar a decisão privilegiando alguém, mas não se toma essa decisão, se finge que toma e para a população em geral, parece que as coisas estão sendo feitas”, afirma.

A proposta de Nedel ainda está nos primeiros passos da tramitação legislativa, e por isso ainda deve levar um tempo para ser votada em Plenário, caso seja aprovada em todas as comissões pela qual venha a passar.

Fonte: Terra
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