Cratera na Marginal Tietê: como estão o trânsito, os bloqueios e as obras na região?
Trabalhos para recuperação do sistema de esgoto, que originou o problema, não têm prazo para conclusão; Sabesp diz que interdições são organizadas para minimizar impacto no tráfego
A reabertura de uma cratera na pista central da Marginal do Tietê, em São Paulo, no sentido Castello Branco, em maio, continua provocando interdições e lentidão no trânsito em vias das zonas oeste e norte. As obras para recuperação do sistema de esgoto, que originou o problema, não têm prazo para conclusão.
Desde o desmoronamento, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interdita totalmente o acesso da pista local para a central. Para aliviar o trânsito, foram construídas novas alças. São duas faixas provisórias, na altura da Ponte Atílio Fontana.
Mas essas faixas provisórias também podem sofrer interdições, o que obriga os veículos a desviarem, o que agrava os congestionamentos. Um dos últimos bloqueios aconteceu no dia 31 de julho, de acordo com a CET.
O órgão de trânsito afirma que os bloqueios são pontuais, esporádicos e programados para a noite e a madrugada, quando o movimento é menor.
A CET revela ainda que faz interdições e desvios em auxílio à Sabesp, responsável pelas obras. "Esses fechamentos são organizados em conjunto com as autoridades de trânsito para minimizar o impacto", informou a Sabesp.
A lentidão persiste quando o acesso está liberado. No final da manhã de sexta-feira, 1°, por exemplo, a morosidade começava nas proximidades à ponte da Comunidade Húngara. Foram 12 minutos até o Estadão superar o congestionamento.
Quem vive e quem trabalha na região relata que o congestionamento piora nos momentos de pico. "A gente percebeu que o trânsito fluía nessa parte, mas agora fica parado quase o dia todo", diz o frentista Antônio Pedreira, que trabalha no local há três anos.
Questionada sobre os impactos da obra no trânsito, a CET informou que não possui estudos específicos para a região.
Os transtornos provocados pelo trânsito pioraram na região a partir de abril, quando uma cratera se abriu na pista central da Marginal Tietê. O asfalto cedeu 400 metros da Ponte Atílio Fontana, nas proximidades da saída da Rodovia Anhanguera. A via foi interditada.
A Sabesp descobriu uma infiltração que parece ter sido causada por um sobrecarga no sistema nas redes de esgoto. A causa seriam as fortes chuvas que caíram na zona norte à época. O trecho foi bloqueado por cinco dias para execução do reparo. O trânsito, então, foi liberado.
Um mês depois, no dia 11 de maio, a cratera surgiu novamente no mesmo lugar.
Para acessar a Rodovia Castello Branco e Marginal Pinheiros, as alternativas são:
- pela região da Lapa, seguindo pela Ponte da Freguesia do Ó, Avenida Ermano Marchetti, Rua Nossa Senhora da Lapa, Rua Pio XI, Av. Cerro Corá, Av. Queiroz Filho e Ponte do Jaguaré.
- Outras opções são: Ligação Leste/Oeste e o Minianel Viário para acessar a Marginal Pinheiros e a zona sul.
Quais são as obras da Sabesp para conter a cratera?
A Sabesp informa que cinco ações estão em andamento para retirar o esgoto do interceptor próximo à ponte Atílio Fontana, antes de iniciar os consertos subterrâneos.
O interceptor coleta e transporta esgoto de tubulações menores até a estação de tratamento. É uma artéria da rede a 18 metros de profundidade, o equivalente à altura de um prédio de seis andares.
Em uma delas, o esgoto está sendo transportado para a outra margem do Tietê por meio de tubos e bombas instalados junto às pontes da Casa Verde e da Freguesia do Ó desde o mês passado. De lá, o esgoto vai para a estação de tratamento em Barueri.
Estrutura semelhante está sendo instalada na ponte do Piqueri e passará a operar na segunda quinzena de agosto.
A Sabesp informa que a obra de recuperação das áreas danificadas que causaram o surgimento da cratera, com equipes realizando serviços subterrâneos, só vai começar quando o interceptor estiver seco e isolado.
Uma vistoria técnica ainda vai determinar as causas do surgimento da cratera.