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Após ter braço amputado, passista comemora retorno ao samba: "Pensei que tinha acabado"

Alessandra Silva, de 36 anos, chegou no hospital para retirar miomas e voltou para casa sem útero e com um braço amputado

1 fev 2024 - 11h52
(atualizado às 11h53)
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"Pensei que meu samba também tinha acabado, mas foi ele que me salvou", disse Alessandra Silva
"Pensei que meu samba também tinha acabado, mas foi ele que me salvou", disse Alessandra Silva
Foto: Reprodução: Instagram/barbie_dosamba

A passista Alessandra Silva, de 36 anos, da Acadêmicos do Grande Rio, foi internada em fevereiro do ano passado para retirar miomas e, além de voltar para casa sem o útero, ela também teve um braço amputado. Assim, ela se tornou uma pessoa com deficiência.

Após os procedimentos, a trancista se viu sem trabalho, uma vez que precisava dos braços para trabalhar, e sem o samba, pois não se imaginava dançando com um braço amputado. No quarto do hospital Souza Aguiar, Alessandra pensou em pular do prédio.

"Pensei: ‘Se eu rolar para lá, só vão ver quando eu cair’. Mas aí, Deus me deu uma resposta na hora. Entrou uma faxineira e falou: ‘Tá fazendo o que aí? Eu sei o que você está pensando. Pode descer daí agora’. Eu ia pular, mas ela me acolheu e me colocou para ouvir um louvor, me deu um estalo e resolvi lutar", relembrou em entrevista ao gshow.

Alessandra terminou o noivado de 13 anos com o sargento da Aeronáutica Alessandro França Dias. "A ideia de ter filho, família, acabou. Meu trabalho acabou, e pensei que meu samba também tinha acabado, mas foi ele que me salvou", contou.

A mãe da passista, Ana Maria, de 64 anos, encorajou a filha a voltar para o samba e, certo dia, ela foi à quadra da Grande Rio para assistir o ensaio da escola. Alessandra foi convidada pelo mestre de bateria, Fafá, para sambar no lugar da rainha de bateria Paolla Oliveira.

"O coração acelerou e pensei: ‘Eu tô viva! Estou sambando! Não posso desistir, não", disse ao gshow.

De volta ao samba

Alessandra contou que no começo foi difícil por causa do braço, ela não conseguia se equilibrar e o corpo tombava para o lado direito. "O peso do corpo fica uma coisa impressionante e com as plataformas é ainda mais difícil. Mas fui melhorando e percebi que era importante alinhar o ombro e ficar controlando", disse.

A passista ganhou da diretoria da Grande Rio uma prótese para o braço amputado. Ainda em fase de testes, Alessandra começará a usar a prótese em breve, mas não será no Carnaval. Ela tem medo que a chuva danifique o acessório.

"Quando vi o braço levantando, a mão fazendo assim (mexe os dedos da mão direita) eu disse: ‘'Meu Deus! Eu vou poder me olhar no espelho!’ Fui para a internet comprar manguinhas com tatuagem e penso em colocar unhas de acrigel nos dedinhos (risos). A intensidade do braço mecânico é igual a da outra mão", contou.

Ela retomou o relacionamento com o noivo e, ao lado dele, saiu na rua pela primeira vez com o braço amputado. Alessandra contou que duas mulheres riram da situação dela em um bar e decidiu ir até elas. "Falei que estava ali para agradecer porque era por causa de pessoas como elas que me levantava todos os dias para lutar e correr atrás dos meus sonhos. Pessoas como elas me dão munição para levantar e sobreviver. Ainda avisei que tinham duas cervejas pagas para as duas e fui embora", disse ao gshow.

Atualmente, Alessandra conversa com outras pessoas com deficiência para trocar experiências. "Tenho que agradecer a Deus todo dia por ter me deixado as pernas para continuar fazendo o que eu gosto, que é sambar. Também nunca perdi a fé, que me salvou em vários momentos. Agradeço muito pela minha mãe que falava para mim: ‘Minha filha, levanta! Não desiste, não perde seu sorriso lindo que a gente ama ver'", afirmou.

A trancista ainda falou do seu sonho de ser mãe. "Meu sonho era ter um barrigão e a criança já ia nascer com roupa de passista! Mas aconteceu esse desastre todo e as pessoas diziam que eu podia adotar. Resisti um pouco, mas agora eu quero", contou.

"Vou adotar uma pretinha com o cabelo igual ao meu e colocar um monte de laço, vai ser a coisa mais linda do mundo", finalizou ela.

Alessandra Silva

Moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Alessandra trabalha como trancista há quase 20 anos. Apaixonada por samba e pela Acadêmicos do Grande Rio, ela começou a desfilar pela escola aos 19 anos de idade.

O último Carnaval que participou foi o de 2022, no qual a Grande Rio ganhou pela primeira vez o Carnaval do Rio. Na ocasião, a escola apresentou um enredo sobre o orixá Exu.

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Fonte: Redação Nós
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