Terça, 19 de setembro de 2000, 15h32min
Atualizado às 19h44
A Guarda Costeira americana informou que foram resgatadas dez pessoas que estavam no avião seqüestrado hoje (19) pela manhã em Cuba. O aparelho rumava para os Estados Unidos quando caiu no Golfo do México, informaram autoridades.

Autoridades cubanas haviam informado inicialmente que havia "umas 18 pessoas" a bordo, mas o almirante Thad Allen, da Guarda Costeira, disse mais tarde que os sobreviventes afirmaram à tripulação do navio cargueiro de bandeira panamenha que os recolheu que "só havia 10 pessoas" no aparelho.

Os resgatados são três crianças, três mulheres e três homens. Um dos homens estava em condições críticas com fraturas na cabeça e no peito, afirmou Allen. Todos foram levados de helicóptero para hospitais da Flórida.

O avião monomotor de fabricação russa Antonov AN-2 Colt foi seqüestrado em Cuba, segundo informaram autoridades cubanas e dos Estados Unidos. O aparelho espatifou-se contra a água, e equipes de resgate americanas encontraram destroços dispersos do AN-2 Colt.

Não ficou claro o motivo da queda do avião, mas provavelmente o piloto tentava uma aterrissagem de emergência por ter ficado sem combustível. O acidente ocorreu cerca de cem quilômetros a sudoeste das Ilhas Marquesas - região americana ao sul do estado da Flórida.

Os ocupantes do avião foram recolhidos pela embarcação panamenha, Chios Dream, que navegava a sudoeste de Cayo Hueso, no extremo sul da Flórida. Os sobreviventes foram recolhidos em meio aos destroços do Antonov.

Hoje às 8h45 os controladores de vôo cubanos alertaram as autoridades americanas que um avião havia abandonado o espaço aéreo do país e se dirigia aos EUA, segundo Kathleen Bergen, porta-voz da Agência Federal de Aviação. De acordo com as autoridades cubanas, o AN-2 era usado para pulverização de inseticidas nas lavouras, havia sido seqüestrado no aeroporto de Herradura, em Pilar del Rio, no sudoeste de Cuba, e dirigia-se para a Flórida. Elas informaram ainda que o aparelho só tinha combustível para uma hora e meia de vôo. Inicialmente foi informado que tratava-se de um hidroavião, mas oficiais da Guarda Costeira não confirmaram a notícia.

Quando as autoridades da aviação americana detectaram o AN-2 nos radares, por volta das 9h30, dois aviões da Força Aérea partiram cerca de 20 minutos depois da base de Homestead, ao sul de Miami, para interceptá-lo. Um terceiro partiu do Oklahoma para assistir na operação. Mas às 10h50 ele desapareceu dos radares, aparentemente quando caiu em águas internacionais, num momento em que as condições meteorológicas na região não eram boas. O mar estava agitado, com ondas de até 3 metros de altura, de acordo com a Guarda Costeira.

As autoridades americanas enviaram ao local três lanchas da Guarda Costeira, três helicópteros , uma avião Falcon Jet e um avião Hércules C-130 em busca de sobreviventes.

Em Havana, o o Instituto de Aeronáutica Civil informou que o seqüestro do aparelho estava sendo investigado. Não houve outra manifestação do governo cubano. Em meio a informações contraditórias sobre o acidente, diplomatas em Havana chegaram a dizer que o aparelho estaria levando turistas estrangeiros, o que não foi confirmado depois.

A legislação americana prevê que os cubanos que alcançam as costas dos Estados unidos podem permanecer no país, mas, se localizados no mar, são enviados de volta a Cuba.

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Redação Terra

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