Atualizado às 7h15
Fracassaram hoje todas as tentativas russas de se acoplar uma cápsula de resgate ao submarino nuclear Kursk, encalhado no fundo do mar de Barents, com 118 pessoas a bordo. As esperanças de resgate recaem nas equipes externas, que estão a caminho do local do acidente. Ingleses e noruegueses especialistas em resgates submarinos equipados com o minissubmarino LR5 e material médico saíram hoje de Trondheim (Noruega) em um navio para tentar resgatar os tripulantes do Kursk. O minissubmarino inglês nunca foi usado em situações reais, mas foi criado especialmente para resgates de emergência no fundo do mar.
Ele navega como uma espécie de helicóptero subaquático. Depois de ser acoplado ao submarino, o LR5 tentará igualar a pressão entre as duas cabines. A diferença de pressão é o maior problema no resgate de um submarino.
"Se há homens ainda com vida no submarino, esta parece ser a melhor forma de salvá-los", disse o comandante britânico David Stanesby. "Outras missões falharam e não tenho notícias de que exista mais gente a caminho para tentar ajudar".
O LR5 transporta 15 pessoas de cada vez. A missão de resgatar mais de cem tripulantes poderá levar 15 horas.
O barco norueguês Normand Pioneer saiu do porto de Trondheim para começar uma viagem que durará 50 horas para chegar ao local do acidente. Isso significa que a nova equipe de resgate alcançará o submarino somente no sábado.
O governo norueguês anunciou o envio de 12 especialistas treinados em missões como esta para ajudar no resgate. Por sua vez, a Inglaterra mandou mais três técnicos em resgate submarino.
As equipes de resgate russas não conseguiram vencer as fortes turbulências que atingiram o mar Barents, o que impediu as cápsulas de salvamento de alcançarem a escotilha de emergência do submarino.
A televisão russa exibiu hoje um vídeo mostrando que o estrago no submarino pode ser mais grave do que se pensava. As imagens, registradas por uma câmera conduzida por controle remoto, mostram sérios danos na proa do submarino e a entrada de um volume muito grande de água.
Noi início do dia, o primeiro-ministro russo, Mijail Kasianov, afirmou que a situação a bordo do Kursk era "quase catastrófica" e que as esperanças de resgatar os marinheiros com vida se tornavam cada vez mais remotas.
Oficiais da marinha informaram que há dois dias as equipes de resgate não escutam sinais dos 118 tripulantes, que batiam nas laterais do submarino simulando uma comunicação em código-morse.
"Estamos supondo que os marinheiros estejam poupando forças", declarou o oficial da marinha Igor Dygalov, na tentativa de acalmar as famílias dos tripulantes. "Sabemos que o suprimento de oxigênio depende da situação interior, mas certamente irá durar até sábado".
O ministro da Defesa da Rússia, Igor Sergeye, disse que o submarino poderia ter se chocado com outro objeto. A marinha russa estuda a possibilidade deste objeto ser uma mina da II Guerra Mundial ou outro submarino.
Os americanos, porém, descartam a teoria. Seu serviço secreto, que operava na área, afirma ter registrado duas explosões no sábado e depois apenas silêncio. Para eles, a tripulação do Kursk já está morta há dias.
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