Grandes pilotos da F1: Niki Lauda – o mais calculista
O homem que venceu duas vezes a morte e três vezes o mundo
Grandes pilotos da F1 definidos por um atributo
Niki Lauda foi, antes de tudo, um estrategista. A inteligência e a disciplina colocaram o piloto austríaco entre os maiores da história da F1, mas foi sua capacidade de cálculo – dentro e fora das pistas – que o tornou único. Em uma era dominada pela coragem bruta, Lauda se destacou pela frieza e pela lucidez, enxergando o automobilismo como um problema de engenharia a ser resolvido com precisão.
Quando chegou à Ferrari em 1974, Lauda rapidamente impôs seu método. Era metódico nos testes, minucioso nos acertos e incansável no trabalho com os engenheiros. O resultado veio rápido: o título mundial de 1975, com uma temporada impecável. No ano seguinte, contudo, viveu o maior drama da sua vida. Em Nürburgring, sofreu um acidente pavoroso que quase o matou. Seis semanas depois, ainda com as cicatrizes abertas, voltou a correr – um gesto que simbolizou sua primeira “vitória sobre a morte”.
A segunda viria de forma mais silenciosa: ao retomar o controle de sua carreira, reconstruir a confiança e voltar a vencer. Niki Lauda não apenas sobreviveu; superou o trauma e voltou a ser campeão. Sua escolha de abandonar a última corrida de 1976, sob chuva torrencial em Fuji, no GP do Japão, mostrou que para ele a vida valia mais do que um campeonato – uma decisão que, paradoxalmente, o consagrou como símbolo de lucidez e força moral.
Niki voltaria a ser campeão em 1977, pela Ferrari, e novamente em 1984, já na McLaren, superando Alain Prost por meio ponto – triunfo obtido mais pela mente do que pelo pé direito.
Fora das pistas, Lauda seguiu o mesmo padrão: fundou companhias aéreas, gerenciou equipes e manteve sempre a imagem de um homem racional, dono de um controle quase absoluto sobre si e sobre o destino. Para além de tudo, ele é considerado um homem essencial na sequência de títulos de Lewis Hamilton, como consultor da Mercedes F1
É por isso que destacamos Niki Lauda como o mais calculista: porque transformou o risco em raciocínio e fez da inteligência sua maior arma, provando que, na Fórmula 1, pensar rápido pode valer tanto quanto acelerar – e como ele acelerava, com os pés e com a cabeça.
- Vitórias: 25
- Poles: 24
- Títulos: 3 (1975, 1977, 1984)
- GPs disputados: 171 (1971–1985)
- Equipes: March, BRM, Ferrari, Brabham, McLaren
*Sergio Quintanilha, jornalista especializado em F1 (ex-editor das revistas Grid e Racing), teve auxílio de IA na criação desta matéria.