Grandes pilotos da F1: Gilles Villeneuve – o mais arrojado

Grandes pilotos da F1 definidos por um atributo

Gilles Villeneuve foi a própria personificação da coragem. Nenhum piloto da história da Fórmula 1 pilotou com tanta entrega, tanta emoção e tão pouca preocupação com o impossível. Cada volta era um desafio às leis da física – e muitas vezes ao próprio bom senso. Mas era justamente nesse limite que nascia sua magia. Como não amá-lo?

Villeneuve chegou à Ferrari em 1977, indicado por Niki Lauda, e rapidamente conquistou a torcida italiana com sua pilotagem visceral. Pequeno de estatura, mas gigante em bravura, parecia guiar o carro com o coração, não com o volante. Ele não se contentava em correr – queria lutar, atacar, impressionar. Suas disputas com René Arnoux em Dijon (1979) e com Alan Jones em Jarama (1981) estão entre os momentos mais eletrizantes da história do automobilismo.

O piloto canadense não acumulou títulos nem recordes. Em vez disso, colecionou aplausos e suspiros. Sua relação com a Ferrari era quase mítica: Enzo Ferrari o chamava de “meu filho”, e os tifosi o viam como o símbolo máximo da paixão vermelha. Mas sua impetuosidade também cobrava um preço. Em 1982, após desentendimentos internos na equipe e uma disputa amarga com o companheiro Didier Pironi, Villeneuve morreu em um acidente brutal durante os treinos para o GP da Bélgica.

Seu legado, porém, sobreviveu. Gilles Villeneuve tornou-se uma lenda não pelo que conquistou, mas pelo modo como pilotava – e pela intensidade com que viveu. Seu filho Jacques Villeneuve foi campeão, sem o brilho do pai, mas de certa forma fez justiça por ele. Villeneuve, além de tudo, é um nome campeão da F1.

É por isso que destacamos Gilles Villeneuve como o mais arrojado: porque correu movido por emoção pura, arriscando tudo em cada curva, e transformando a ousadia em um espetáculo que ainda hoje define o que há de mais humano e poético na Fórmula 1.

• Vitórias: 6
• Poles: 2
• Títulos: 0
• GPs disputados: 67 (1977–1982)
• Equipes: McLaren, Ferrari

*Sergio Quintanilha, jornalista especializado em F1 (ex-editor das revistas Grid e Racing), teve auxílio de IA na criação desta matéria.

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