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Depois de quase um ano em hibernação, a Sony Music resolveu botar na praça FUÁ DA CASA DE CABRAL o segundo CD dos “ambrósios”. Dessa vez, lançado por uma grande gravadora já que o primeiro intitulado simplesmente MESTRE AMBRÓSIO foi produzido e distribuído de forma independente - tendo atingido a marca de 20 mil cópias vendidas, praticamente no boca-a-boca. Formado, em outubro de 92, por Hélder Vasconcelos, Siba Veloso e Eder “O” Rocha , o Ambrósio é aquele tipo de grupo cuja atuação e vivência de cada integrante contribui decisivamente para a formação da sua identidade sonora. Para quem acompanha o trabalho dos rapazes desde o início, fica impossível conceber uma imagem da banda sem a presença de algum de seus fundadores ou dos não menos importantes Mazinho Lima, Maurício Alves e Sérgio Cassiano. Alguém já pensou no Led Zeppelin sem o baterista John Bonham ? É por aí. "FUÁ DA CASA DE CABRAL" corrobora ainda mais o espírito de coletividade que caracteriza o grupo: “Neste disco, a banda está mais presente. Hoje, mais do que nunca, atingimos um nível de segurança que nos permite trabalhar com o que quisermos”, afirma Hélder Vasconcelos. Tanto é verdade que, neste segundo CD, o sexteto chamou o iugoslavo Suba para produzi-los. Suba está acostumado a trabalhar com música eletrônica, mas, segundo Hélder, ele soube fazer a ponte entre o tradicional e o contemporâneo. Aliás, esse é um dos grandes méritos dos ambrósios: na mão deles, ritmos populares de Pernambuco como a ciranda ou o forró-pé-de-serra ganham ares de rejuvenescimento sem que com isso a sua essência e traços característicos se percam. Isso pode ser notado tanto nas apresentações do Ambrósio quanto em seu novo disco. Assim como o Cascabulho, o Mestre Ambrósio possui o mérito de conseguir agradar gente de várias idades e de conquistar a simpatia de roqueiros e fãs de música pop em geral. CULTURA POPULAR Não é exagero afirmar que, em seus quase sete anos de existência, o grupo trouxe muito mais benefícios à cultura popular no sentido de torná-la conhecida e apreciada por uma boa parcela da juventude do que o pré-jurássico e carrancudo discurso dos supostos “defensores da identidade cultural do país” - leia editorial desta edição. Quem gostou do primeiro cd do Mestre Ambrósio vai se deliciar ainda mais com o novo trabalho, que chega mesmo a superar o anterior. Da produção gráfica da capa, passando pelo tratamento dado aos timbres dos instrumentos até as músicas em si, tudo é muito bem cuidado. Agora, além de Siba, outros membros da banda também colaboram com as composições e vocais. Exemplo disso são as belíssimas “Vó Cabocla”, um inebriante perré, e a ciranda “Pescador” (preste atenção na batida do refrão, apesar de parecer, aquele som de caixa não é eletrônico!) ambas compostas e cantadas por Sérgio Cassiano. Show de bola!! |
