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Nesta coluna, o percussionista e baterista Eder "O" Rocha falará, a cada número, sobre as características e um pouco da história dos vários ritmos de Pernambuco e do Nordeste, incluindo transcrições de partituras. Caia no batuque! A Música dos Maracatus Nação Muitos musicólogos como Guerra Peixe, Mário de Andrade, Catarina Real e outros fizeram com que fosse possível ampliar a tradição oral dos maracatus de Pernambuco, por meio da escrita. Exemplo disso, é o chamado maracatu nação. A música dos maracatus nação é chamada de baque e tem como linha mestra o canto (toada). Existem vários baques, mas quem determina qual deles deve ser tocado é a loa ou toada. Originalmente, as loas eram puxadas pela rainha (mãe-de-santo) ou pelo rei (pai-de-santo) e respondidas pelas catirinas (filhas-de-santo); os tocadores seriam os ogans. Hoje em dia, no entanto, essa tradição desapareceu de todos os maracatus nação. Quanto aos instrumentos, além da voz solo e do coro, existe toda uma orquestra de percussão formada por sete instrumentos distintos: o tarol, o ganzá, o abê (este é apenas utilizado no Maracatu Nação Estrela Brilhante), o gonguê, as alfaias marcante, meião e repique. Do início das manifestações religiosas dos africanos que vieram para o Recife até os cortejos de maracatus de nação da atualidade, muitas mudanças ocorreram. Com o passar do tempo, os maracatus absorvem influências provenientes do contexto sociocultural no qual vivem, fazendo com que haja uma mudança natural em sua estrutura musical e estética. O maracatu nação é, portanto, uma manifestação popular dinâmica que não deixa de agregar novos conhecimentos. Eder "O" Rocha é formado em percussão erudita pelo CPCMR (Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife), já fez parte das Orquestras Sinfônicas do Rio Grande do Norte e do Recife. Atualmente, é integrante da banda Mestre Ambrósio e do Maracatu Nação Estrela Brilhante. |