MP3 não é apenas um meio de conseguir música de graça, nem um formato cheio de programas engraçadinhos. É muito mais do que isso. Ele é o princípio de uma era em que será possível baixar ou assistir a filmes com excelente qualidade de imagem diretamente da Rede. O MP3 se tornou tão popular graças a alguns fatores:
- Um poderoso modelo matemático que comprime o som digital sem produzir muita distorção e permite gerar arquivos relativamente pequenos;
- Brutal aumento da capacidade de processamento dos micros domésticos, que comprimem e descomprimem os arquivos de som via software, sem a necessidade de hardware de aceleração;
- Fato de que o som digital pode ser copiado infinitamente sem acumular distorção, em contraste com a degradação que ocorre em meios tradicionais como a fita cassete ou na transmissão via rádio.
Essa conjunção só podia dar no que deu: a abertura de um novo modelo de distribuição de mídia e processos sobre processos por violação de direitos autorais. Ora, com arquivos menores, de maior qualidade, velocidades de download mais altas e capacidade de codificação e decodificação suficientes para enxugar dezenas de megas em questão de minutos, fica difícil resistir à tentação de montar um CD com as músicas prediletas de sua cedeteca. Até aí, tudo legal.
Só que as gravadoras e os artistas começaram a perceber que muitas pessoas trocam músicas pela rede e sites surgem a toda hora com playlists disponíveis. E, claro, grande parte dessas músicas não têm permissão para tal distribuição, são pirateadas. A Associação da Indústria Fonográfica Americana (RIAA) está na justiça contra a Napster. A "briga" promete durar mais um pouco (há artistas totalmente favoráveis à distribuição e divulgação de suas músicas em MP3 na Web) e o resultado certamente vai ser decisivo para o futuro das grandes gravadoras e dos modelos atuais de venda e distribuição.
Mas, afinal, o que significa MP3? |
A história desse nome remonta a 1992, mas a origem do formato é mais antiga. Em 1987, a universidade alemã Fraunhofer se juntou ao cientista Dieter Seitzer, da Universidade Erlangen, para trabalhar num projeto de distribuição de áudio com compressão digital. O codinome do projeto era EUREKA.
O resultado foi um software codificador/decodificador (codec) capaz de comprimir músicas em até onze vezes, sem perdas consideráveis de qualidade, que posteriormente foi batizado de MPEG-1 Audio Layer 3 ou, simplesmente, MP3. MPEG é a sigla de Motion Picture Experts Group, a entidade certificadora. A especificação MPEG inclui movies, formatos de transmissão de TV por satélite e de DVD.