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Infoguerra A morte do jornalista que investigava o Promis

Quarta, 31 de outubro de 2001, 19h59

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Os mistérios que envolvem o Promis têm tantos tentáculos que, provavelmente, é impossível chegar até o fim de cada um deles. O jornalista investigativo Joseph Daniel Casolaro é um exemplo disso. Em 1991, quando morreu, ele estava preparando um livro que ia se chamar The Octopus (O Polvo), justamente por causa dos vários aspectos da sua investigação que se entrelaçavam, que tinham um ponto em comum.

Casolaro foi encontrado morto na banheira do hotel Sheraton Inn, em Martinsburg, Virginia, no dia 10 de agosto de 1991, por uma empregada do hotel. Segundo uma reportagem do jornal nova-iorquino The Village Voice, de 15 de outubro de 1991, o homem de 44 anos estava com ambos os pulsos cortados e, aparentemente, não havia em seu corpo sinais de luta. No quarto, além de uma garrafa de vinho pela metade e algumas cervejas, foi encontrado um bilhete, escrito em versos rimados. Essa evidência reforçou a hipótese de que o jornalista havia cometido suicídio:

"Para aqueles que eu mais amo,
por favor perdoem-me pela pior
coisa possível que eu poderia fazer.
Eu sei no fundo que Deus vai me deixar entrar"
.

No dia 14 de agosto, a polícia de Martinsburg concluiu que realmente se tratava de um suicídio. A família e os amigos de Casolaro, no entanto, não acreditaram nessa hipótese. Seu irmão Anthony Casolaro, médico, que trabalhava na periferia de Washington, disse que semanas antes disso Casolaro havia alertado: "Se algo acontecer comigo, não acredite que foi um acidente". Anthony disse ainda que era difícil acreditar que ele tivesse cometido suicídio, pois nos últimos tempos de vida ele andava "eufórico" com as novas descobertas que tinha feito sobre o seu Polvo.

Três fatos levaram à hipótese de que Casolaro tivesse sido assassinado: não foram encontrados os documentos e as anotações que Casolaro geralmente levava com ele. Nem no quarto do hotel nem em seu carro. Ele estava trabalhando em seu livro, e tinha ido a Martinsburg justamente para colher mais uma pista. Portanto, não é normal que ele não tivesse levado uma folha de anotação sequer. Outro fato suspeito é que só "conseguiram" avisar a família do jornalista quase dois dias depois da sua morte. E o último, que seu corpo foi embalsamado sem que tivesse sido feita a autópsia e sem que a família tivesse autorizado.

Alguns documentos também dizem que o quarto de hotel foi cuidadosamente limpo depois que o corpo foi retirado, "talvez para esconder evidências de um crime", diz o Village Voice.

Um artigo da Columbia Journalism Review (CJR), revela que Casolaro estava investigando a "October Surprise" — um acordo feito entre o então candidato a presidente Ronald Reagan e o governo do Irã, para prejudicar o candidato adversário Jimmy Carter —, uma conspiração contra o Irã, um escândalo no Bank of Credit and Commerce International (BCCI), entre outras coisas. De acordo com o Washington Business Journal de 19 de setembro de 1997, o Promis foi usado nesses três escândalos. Nos arquivos de Casolaro havia também referências ao tráfico de drogas e à venda de armas para o Iraque.

Os arquivos de Casolaro que desapareceram incluíam diferentes versões de seu livro e um esboço de proposta, que seria entregue a editores. Nessa proposta, Casolaro dizia que iria entregar "lá pelo final deste ano, a reportagem investigativa mais explosiva do século XX", segundo a CJR. "Esta história é sobre um grupo de pessoas que foram capazes de explorar sucessivamente os impérios secretos de redes de espionagem e do crime organizado. Este polvo abraça todo o globo... para controlar instituições governamentais nos Estados Unidos e no exterior", diz outro trecho da proposta.

Muitos amigos e familiares disseram que Casolaro estava "trazendo de volta a cabeça do polvo". William Hamilton, presidente da Inslaw, disse em uma entrevista de rádio que o jornalista "já sabia tudo o que havia acontecido com o Promis e com a Inslaw", mas que devia voltar para a Virginia para falar com mais alguém (até hoje não se sabe quem) que tinha uma informação decisiva. "Se ele foi assassinado — e eu acredito que sim — foi porque encontrou coisas demais", disse Hamilton.

De acordo com a CJR, Hamilton conhecia bem o jornalista, que ia freqüentemente ao escritório da Inslaw, em Washington, para entrevistá-lo sobre o roubo do Promis pelo Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA. Nessa época, Casolaro conheceu também o programador Michael Riconosciuto, que declarou ter feito o backdoor para que o Promis pudesse ser usado para espionar bancos e nações estrangeiras.

"A chave sobre a morte de Casolaro é que ele foi o único que contou às pessoas que tinha evidências sobre esse caso e que estava a ponto de chegar a uma conclusão. A idéia de que ele cometeu suicídio com uma lâmina de barbear nessas circunstâncias não parece muito plausível", disse Elliot Richardson, um procurador geral aposentado, que na época era advogado da Inslaw.

Richardson e alguns democratas do Poder Judiciário pediram ao DoJ que fizesse um conselho independente para investigar a morte de Casolaro, segundo o Washington Post de 11 de setembro de 1992. Entretanto, nunca houve uma resposta para esse pedido.

O juiz Nicholas Bua, o mesmo que concluiu que o DoJ não havia conspirado contra a Inslaw, em 1993, também rejeitou a hipótese de que Casolaro tivesse sido assassinado por causa de suas descobertas. Ele afirmou que evidências físicas "suportam fortemente" que a causa da morte foi suicídio.

Em 1994, a procuradora-geral Janet Reno reafirmou a opinião de Bua. Ela disse que "a morte de Casolaro foi longamente investigada" e que ele estava sofrendo de "esclerose múltipla", o que confirmava o suicídio.

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Priscila Perdoncini

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